“Abraços demasiado apertados”, “palmadas nos glúteos, tocar na áreas dos genitais ou no peito”, “fazer massagens” ou “dar beijos na boca”, são ações proibidas a sacerdotes no convívio com os fiéis, e fazem parte de um manual de boas práticas que foi publicado no site da igreja católica chilena, mas rapidamente retirado, escreve o jornal espanhol El País.
Ricardo Ezzati explicava, na introdução do manual, que este se tratava apenas de uma versão do trabalho, uma vez que a versão definitiva do documento – intitulado Orientações que promovem o bom trato e a Coexistência Pastoral Saudável – só ficará pronto em abril do próximo ano. Para já, o documento não aborda qualquer caso sobre abuso sexuais, fala apenas em “sinais ambíguos”.
Além das ações acima referidas, o documento refere ainda que os padres estão proibidos de se recostarem “a dormir junto de rapazes, raparigas ou adolescentes”, bem como “mostras de afeto”. “Abraços por trás” e “lutar ou entrar em jogos que impliquem tocar de maneira inapropriada” em terceiros também é completamente proibido.
O documento recomenda ainda que os padres evitem expressões de afeto que possam não ser bem aceites por pessoas vulneráveis.
Recorde-se que o escândalo sobre os abusos sexuais cometidos por membros do clero no Chile ganhou mais força este ano depois da visita do Papa Francisco ao país.
A viagem fez com que fossem feitas, novamente, duras críticas contra o bispo Juan Barros – acusado de encobrir durante décadas abusos sexuais praticados pelo padre Fernando Karadima. Karadima foi condenado em 2011 pelo Vaticano, e suspenso das suas funções de sacerdote.