As autoridades norte-americanas levaram mais de 1.600 crianças migrantes para um novo campo de acolhimento situado no Texas. A transferência foi feita durante a noite e sem qualquer tipo de aviso.
O governo norte-americano criou uma nova “cidade de tendas”, em Tornillo, Texas, que irá receber até 3.800 crianças ainda este ano.
Segundo a administração Trump, esta transferência foi justificada pelo excesso de crianças migrantes nos campos já existentes
Ao contrário da ideia que tem sido passada após a divulgação das fotos polémicas que mostram as condições em que vivem as crianças separadas dos pais, o número de crianças migrantes a serem enviadas para campos não tem vindo a diminuir mas sim a aumentar: segundo o The New York Times, entre maio e setembro, o número de crianças separadas das suas famílias subiu de 2.400 para 12.800.
A lotação dos abrigos aumentou também de 30% no ano passado para 90% desde maio, o que levou a uma sobrepopulação nos centros de acolhimento que está a prejudicar as condições em que as crianças vivem.
Apesar das políticas de desencorajamento de migrações (dirigidos principalmente a quem vem da América Central), aplicadas pela administração Trump, o número de crianças que são encontradas a passar a fronteira tem sido semelhante aos dos anos anteriores. A diferença é que, face ao medo provocados pelas regras rígidas quanto às questões migratórias, há cada vez menos familiares e amigos de família residentes em território norte-americano a assumir os cuidados das crianças detidas.
Por isso, o aumento de crianças nestes campos não é justificado por uma subida dos número de migrantes a entrar no país, mas sim pelo reduzido número de jovens libertados para irem viver com as suas famílias, sugere o relatório do Departamento de Saúde e Serviços Humanos, a que o jornal nova-iorquino teve acesso.