Depois das declarações da bastonária dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, sobre o “racionamento da vacina da gripe” e a gestão dos “stocks”, a diretora-geral de Saúde veio agora negar esse racionamento. “Não há racionamento da vacina da gripe” garantiu Graça Freitas.
"Não se pode falar em racionamento. Pode-se falar em critérios de distribuição para garantir acesso e proximidade à vacinação de todos os cidadãos portugueses", disse a diretora-geral à Lusa.
Graça Freitas acrescentou ainda que os centros de saúde devem fazer permutas para responder às necessidades dos utentes. Caso um centro de saúde fique sem stock de vacinas, deve solicitar a permuta com outro centro de saúde para que os utentes possam receber a vacinação necessária, disse a responsável. “Isto é gestão ao nível micro e deve ser feita ao nível micro”, afirma.
A liberdade dada aos utentes para escolherem o dia em que administram as vacinas, pode ser a razão que leve à falta de stock em alguns centros de saúde. Também situações de medo – motivadas quer por situações nacionais quer por casos fora do país – provocam grande procura que pode levar as vacinas a esgotar, enquanto, noutros anos, o mesmo stock pode gerar sobras. "Mas isso faz parte da incerteza em relação à gripe e dos mecanismos de procura da vacina. Nós queremos vacinar o maior número de pessoas, mas não temos a vacinação obrigatória", explica.
Segundo a diretora-geral, em cerca de dois meses – o que considera um curto espaço de tempo – são disponibilizadas 1 milhão e 400 mil doses de vacinas por mais de dois mil pontos do país, reforçando que a vacinação é também distribuída por lares, residências e prisões. "Nós compramos 1 milhão e 400 mil doses de vacinas e fazemos imensas campanhas nacionais, regionais, locais. Fazemos apelos à vacinação, sensibilização para a vacinação, mas a vacinação é um ato voluntário e depende da vontade das pessoas”, reforça.
A partir de dia 15 de outubro a administração da vacina contra a gripe é disponibilizada no Serviço Nacional de Saúde para os cidadãos com mais de 65 anos, residentes ou internados em instituições, ou para os bombeiros e pessoas com doenças específicas. Segundo a DGS, a vacinação é a melhor forma de prevenir complicações graves relacionadas com a gripe, deixando ainda a recomendação de que a vacina seja administrada antes do final do ano.