A Real Academia Sueca das Ciências distinguiu três investigadores com o prémio Nobel da Química por “tomarem o controlo da evolução” e “usarem os mesmos princípios – mudança genética e seleção – para desenvolver proteínas que resolvem os problemas químicos da humanidade”. A investigadora Frances H. Arnold vai dividir o prémio de cerca de 871 mil euros com os investigadores George P. Smith e Gregory P. Winter. Os métodos que os premiados desenvolveram permitem promover “uma indústria química mais verde, produzir novos materiais, fabricar biocombustíveis sustentáveis, tratar doenças e, assim, salvar vidas”, diz o comité.
Os trabalhos
A “evolução dirigida de enzimas” valeu a Frances H. Arnold – a quinta mulher a ganhar um Nobel da Química – metade do prémio. A investigadora norte-americana realizou a primeira evolução dirigida de enzimas, uma técnica que pode vir a ser aplicada na produção de fármacos e de biocombustíveis. Já o norte-americano George P. Smith e o britânico Gregory P. Winter terão de dividir a metade sobrante do prémio entre si. O primeiro investigador desenvolveu um método conhecido como phage display (apresentação em fagos, em português), no qual bacteriófagos – vírus que infetam bactérias – podem ser usados para desenvolver novas proteínas. O segundo usou o mesmo método para produzir anticorpos – que conseguem neutralizar toxinas, contrariar o efeito de doenças autoimunes e tratar o cancro metastático -, bem como novos fármacos.