Leon Lederman, vencedor do Nobel da Física de 1988 com a descoberta da existência de mais tipos de neutrinos, morreu esta semana, aos 96 anos. Ficou conhecido por ter chamado ‘partícula de Deus’ ao bosão de Higgs, partícula elementar que, teoricamente, surgiu logo após o Big Bang.
Lederman, nascido em 1922 em Nova Iorque (EUA), foi diretor do Fermilab – um laboratório de física de partículas de altas energias nos Estados Unidos – durante mais de dez anos. Só começou a estudar física de partículas na Universidade de Columbia depois da Segunda Guerra Mundial, na qual serviu como militar.
Em 1962, com os colegas Jack Steinberger e Melvin Schwartz, produziu um feixe “especial” de neutrinos, partículas que têm pouca massa e carga elétrica nula. “Eles descobriram que, por vezes, em vez de se produzir um eletrão, é produzido um muão, mostrando assim a existência de um novo tipo de neutrino, o neutrino do muão [hoje sabe-se que existem três tipos: o neutrino do eletrão, o do muão e o do tau]”, refere a Fermilab no comunicado onde confirma a morte de Lederman.
Para além disso, em 1977, o físico liderou a equipa que descobriu a partícula fundamental quark bottom. Hoje já se conhecem seis quarks.
“Leon Lederman proporcionou uma visão científica que permitiu ao Fermilab continuar a ser um pioneiro tecnológico por mais de 40 anos (…) A liderança do Leon ajudou a moldar o campo da física de partículas ao conceber, construir e operar o Tevatron e a posicionar o laboratório como um líder mundial na ciência de neutrinos e de aceleradores”, referiu Nigel Lockyer, atual diretor do laboratório.
Lederman também ficou conhecido por dar o nome ‘partícula de Deus’ ao bosão de Higgins, que foi descoberto em 2012. A expressão surge no título do livro ‘A Partícula de Deus: Se o Universo é a Resposta, o que é a Pergunta?’, que escreveu com o escritor norte-americano Dick Teresi. Esta expressão surgiu depois de a editora ter rejeitado o termo ‘partícula maldita’.