Nadia Murad foi distinguida esta sexta-feira o Prémio Nobel da Paz, conjuntamente com o médico congolês Denis Mukwege.
Em declarações ao site do Comité Nobel noruegês, Nadia Murad falou do significado desta distinção.
“[Receber o prémio] significa muito, mas não somente para mim, mas para todas as mulheres do Iraque e do mundo inteiro”, disse a jovem iraquiana.
“Em nome de todas estas pequenas comunidades perseguidas, este prémio diz-me que as suas vozes são ouvidas”, acrescentou.
O cirurgião Denis Mukwege e a ativista religiosa Nadia Murad foram galardoados com o prémio Nobel da Paz “pelos seus esforços para acabar com o uso da violência sexual como arma de conflitos armados”
A história de Nadia Murad.
Em 2014 um grupo de jihadistas do Estado Islâmico raptou-a e vendeu-a. Foi violada, agredida e humilhada, mas conseguiu fugir.
Os combatentes do Estado Islâmico invadiram a aldeia onde Nadia Murad vivia, mataram os homens e levaram milhares de mulheres a trabalhos forçados e escravatura sexual. No Parlamento Europeu, quando foi nomeada “embaixadora da ONU para a dignidade das vítimas do trafico de seres humanos”, a jovem contou que os jihadistas queriam “ter a nossa honra, mas perderam a sua honra”.
Nadia Murad conseguiu fugir com a ajuda de uma família muçulmana de Mossul e com documentos de identeidade falsos, tendo chegado a um campo de refugiados no Curdistão iraquiano. Foi aí que ficou a saber que seis dos seus irmãos e a mãe morreram.
Atualmente mora na Alemanha e continua a alertar o mundo para a existência de milhares de mulheres yazidies ainda sob o poder do Estado Islâmico.