Uma manifestação contra dragagens no estuário do Sado levou a mais de 500 pessoas a protestaram hoje, em Setúbal.
O presidente da associação Zero, Francisco Ferreira, afirmou que o estuário do Sado "é um ecossistema único que não está vocacionado para um porto de águas profundas", em declarações aos jornalistas.
"Isto é um atentado ao rio Sado. Os golfinhos vão desaparecer, a retirada da areia do fundo do mar vai fazer desaparecer a flora e o rio vai morrer, porque vão retirar o alimento aos golfinhos e aos peixes", afirmou Rui Venâncio, um setubalense que reside em Aljustrel, à agência Lusa.
Os manifestantes explicam que as dragagem vão mexer com o ecossistema do estuário e que os protestos é uma forma de todos os setubalenses demonstrarem a sua solidariedade.
Francisco Ferreira apelou ainda à ministra do Mar para que recue neste processo, dando como exemplo o que fez relativamente à localização do terminal de contentores do Barreiro.
Mediante os impactes ambientais, o presidente do Núcleo Regional da Quercus de Setúbal, Paulo do Carmo, disse que o turismo pode vir a sofrer com as dragagens no estuário do Sado.
"Tem-se apostado tanto no turismo, que não faz sentido fazer uma obra desta dimensão naquela que é considerada uma das mais belas baías do mundo. Estamos a apostar cada vez em Troia, há uma aposta forte dos investidores no turismo. Esperamos que a ministra do Mar e a presidente da APSS reflitam e discutam com as associações", salientou o dirigente da Quercus.