Novak Djokovic, o tenista sérvio de 31 anos, está cada vez mais transformado no émulo do espanhol Rafael Nadal, apenas um ano mais velho. E porquê? Porque acabou de conquistar este fim-de-semana o Torneio de Xangai, confirmando o seu trigésimo segundo triunfo em ATP World Tour Masters 1000, não por acaso o segundo consecutivo.
Recorde-se que Nadal, esta semana muito elogiado pela forma solidária como veio em auxílio às vítimas do furacão que assolou as ilhas Canárias, tem 33 vitórias em singles nos Masters. Mas há mais. Nadal, o actual líder do ranking ATP está cada vez mais ao alcance de Djokovic que o percegue ferozmente na tentativa de o ultrapassar na classificação mundial de tenistas. A diferença entre estes dois enormes campeões ficou, a partir de ontem, reduzida a 35 pontos no rácio de 2018 e a 215 pontos no ranking tradicional.
O campeão sérvio tem previsto o seu regresso aos cortes de 29 de outubro a 4 de novembro, na capital francesa, no Torneio Paris Bercy, que servirá de antecâmra do Masters de Londres. Se atingir as meias-finais da prova francesa, Djokovic poderá chegar ao primeiro lugar do ranking mundial.
Depois de Roland Garros, Djokovic ficou a 7.105 pontos de Rafael Nadal. Um esforço extraordinário fez com que tivesse recuperado nada menos de 6.890 pontos em três meses e quinze dias. Verdadeiramente formidável!
Ao longo desses três meses e meio, o sérvio venceu o Torneio de Wimbledon e o Open dos Estados Unidos da América. Mas não só. Juntou-lhes os Torneio de Cincinatti e de Xangai. No total, dezoito vitórias consecutivas no circuito internacional. A sua última derrota sucedeu às mãos de Stefanos Tsitsipas nos oitavos-de-final do Torneio de Toronto. O que significa, noutra contabilidade paralela, que venceu 27 das suas últimas 28 partidas desde o Torneio de Wimbledon.
Em Xangai, esperava-se uma final Djokovic-Federer. Mas Borna Coric meteu-se surpreendentemente ao barulho. O tenista croata acabou por ser vítima de uma lesão muscular no braço direito e não esteve à altura dos acontecimentos.
Djokovic, por seu lado, somou a sua quarta vitória no majestoso corte de Qi Zhong: 2012, 2013, 2015 y 2018. Fantástica a forma como dominou todos os capítulos do confronto, não tendo sofrido uma única quebra de serviço, algo que demonstra cabalmente o seu grande momento de forma. Resolveu tudo muito rapidamente, com 6-3 e 6-4 nos parciais jogados. Exibição sem falhas, embora não tão espectacular como noutras ocasiões. Os críticos foram unânimes em considerar esta sua vitória como uma vitória do instinto essencialmente prático. Djokovic tem o objectivo de destronar Nadal e isso consegue-se à custa de vitórias. Muitas vitórias!