Bolsonaro. Do exército à política

As eleições de domingo quase davam a Jair Bolsonaro a vitória na primeira volta. Tal não aconteceu, mas o deputado do PSL continua favorito para ganhar a disputa eleitoral a Fernando Haddad, do PT.

Esteve nas margens da política brasileira durante décadas, mas agora Jair Messias Bolsonaro é o principal candidato ao Palácio do Planalto.

Nasceu em Campinas, São Paulo, a 21 de março de 1955. Filho de Perci Geraldo Bolsonaro e de Olinda Bonturi, ambos descendentes de famílias italianas, frequentou a Escola Preparatória de Cadetes do Exército, também em Campinas.

Depois, formou-se, em 1977, na Academia Militar de Agulhas Negras, em Resende, no Rio de Janeiro, tendo seguido o curso de paraquedismo. Chegou a capitão, mas a sua carreira sofreu uma reviravolta quando se afirmou como o rosto dos protestos contra os baixos salários dos militares, com a publicação de um artigo na revista Veja, desrespeitando o regulamento. Foi preso, mas a situação piorou quando a revista relatou um alegado plano de Bolsonaro para explodir várias bombas na Academia de Agulhas Negras. Foi ilibado por falta de provas, mas acabou por  passar à reserva. 

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Despida a farda, dedicou-se à política. Em 1988, foi eleito vereador do Rio de Janeiro, mas dois anos depois abdicou do mandato para se candidatar a deputado federal. Eleito pela primeira vez em 1991, continua a sê-lo quase três décadas depois, trocando várias vezes de partido e chegando a criar um próprio o Partido Progressista Reformador, extinto em 1995.

Enquanto deputado, Bolsonaro apresentou 170 projetos-lei, mas apenas dois foram aprovados. Mesmo em congressos de maioria conservadora, os seus colegas sempre se recusaram a aprovar os seus projetos, argumentando falta de qualidade.  Bolsonaro é conhecido pelas suas declarações racistas, misóginas, homofóbicas e de defesa da ditadura militar e da tortura.