Haddad. O académico que foi ministro

As eleições de domingo quase davam a Jair Bolsonaro a vitória na primeira volta. Tal não aconteceu, mas o deputado do PSL continua favorito para ganhar a disputa eleitoral a Fernando Haddad, do PT.

Antigo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad foi escolhido por Lula da Silva para o substituir na corrida presidencial quando a Justiça impediu o ex-presidente, condenado a 12 anos de prisão,  a concorrer.  Nascido a 25 de janeiro de 1963, em São Paulo, filho de um imigrante libanês, Haddad é o mais novo de três irmãos.

Filiou-se no Partido dos Trabalhadores em 1983, quando tinha 20 anos. Formou-se em Direito e tirou o mestrado em Economia na Universidade de São Paulo. Enquanto estudante, militou no movimento contra a ditadura, exigindo eleições democráticas. Saído da universidade, dedicou-se à consultadoria até voltar à política ativa. Em 1997, começou a lecionar Ciência Política na universidade onde se formou, depois de ter concluído o doutoramento em Filosofia.

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O seu primeiro cargo público foi o de chefe de gabinete da Secretaria de Finanças do município de São Paulo, cargo que deixou em 2003 para ser assessor no Ministério do Planeamento, em Brasília. Dois anos depois, foi chamado por Lula da Silva para liderar o Ministério da Educação, investindo na educação pública e alargou o acesso dos brasileiros à universidade. Permaneceu no cargo até 2012, quando se candidatou à prefeitura de São Paulo, ganhando na segunda volta, onde a vida não lhe correu bem, tendo a sua popularidade derrapado para os 18% de aprovação no final do primeiro ano de mandato. Em 2016, procurou a reeleição, mas foi derrotado na primeira volta, conseguindo apenas 16,7% dos votos.

O seu nome também foi envolvido num caso de corrupção, o de ter recebido dinheiro da construtora UTC para a campanha de 2012. A  acusação foi feita pelo empresário Ricardo Pessoa, no âmbito da sua colaboração com a Justiça (delação premiada).