Uber avaliada em 120 mil milhões pode entrar em bolsa em 2019

A plataforma privada de transportes já vale neste momento mais do que os três maiores fabricantes automóveis do mundo em conjunto

A Uber poderá entrar em bolsa nos próximos meses. Vários bancos norte-americanos, nomeadamente o Goldman Sachs e o Morgan Stanley, avaliaram a plataforma eletrónica de transporte num máximo de 120 mil milhões de dólares (mais de 102 mil milhões de euros) no âmbito da operação de oferta pública inicial (IPO). A decisão ainda não foi tomada pela empresas, mas de acordo com fontes próximas, a operação terá lugar já no início do próximo ano, revelou o The Wall Street Journal, já que a entrega das avaliações corresponde a um dos primeiros passos do processo de entrada de uma empresa em bolsa.

Esta avaliação de 120 mil milhões de dólares representa quase o dobro do valor que a empresa valia há cerca de dois meses quando concluiu a sua última ronda de financiamento. Em agosto a Toyota entrou no capital da Uber avaliando-a em 72 mil milhões de dólares.

Feitas as contas, o valor a que a empresa criada há menos de 10 anos foi agora avaliada supera a capitalização bolsista conjunta de três das maiores fabricantes automóveis do mundo: General Motors, Ford e Fiat Chrysler.

Promessa

Fundada em 2009 como uma start-up, a Uber pode concretizar um dos maiores e mais aguardados IPO de sempre. A ideia de entrar no mercado bolsista não é nova. No primeiro dia enquanto CEO da Uber, em agosto passado, Dara Khosrowshahi anunciou aos trabalhadores que a empresa iria entrar em bolsa no início de 2019. A mensagem voltou a ser repetida no início deste ano, no Fórum Económico Mundial em Davos. 

“Esta empresa tem de mudar”, chegou a referir o atual CEO quando assumiu funções, já que o responsável não tem dogmas em relação à estratégia que levou a Uber, num passado recente, a ganhar o título de startup mais valiosa do mundo. “O que nos trouxe até aqui não nos vai permitir passar para o nível seguinte”, salientou. 

Esta ideia tem sido vista como uma das prioridades de alguns investidores da Uber nos últimos tempos, mas o antigo CEO e fundador, Travis Kalanick, mostrou-se sempre contra a esta iniciativa e prometeu adiar a entrada em bolsa “tanto quanto humanamente fosse possível”.

A par disso, Dara Khosrowshahi acena com lucros aos seus investidores. “Seremos lucrativos antes de 2022”, disse Khosrowshahi, prometendo também continuar “a fazer investimentos muito agressivos”. 

No segundo trimestre deste ano, as receitas da Uber aumentaram 17% em relação ao trimestre anterior, fixando-se nos 1,75 mil milhões de dólares (cerca de 1,5 mil milhões de euros). Os prejuízos desceram 9%, com a empresa a perder ainda assim 645 milhões de dólares, aproximadamente 547,1 milhões de euros.

A plataforma conta atualmente com operações em cidades um pouco por todo o mundo e está avaliada em cerca de 70 mil milhões de euros em capital privado.