Portugal vai defrontar a África do Sul nos próximos dias 19 e 20, no CIF, no Restelo, na segunda ronda do play-off do Grupo I da Zona Euro-Africana da Taça Davis.
Depois das derrotas deste ano na Suécia (3-2) e na Ucrânia (3-1) a seleção nacional masculina tem de vencer para manter-se no Grupo-I, a segunda divisão deste Mundial por equipas.
Uma derrota significa a descida ao Grupo-II (terceira divisão), onde Portugal não joga desde 2015. Uma vitória assegura a passagem à qualificação para a Fase Final.
A Taça Davis vai mudar de formato em 2019 e Portugal poderá – apenas pela terceira vez na sua história (depois de 1994 e 1997) – disputar um play-off (ou uma qualificação) de acesso à primeira divisão (Grupo Mundial/Finals), onde nunca esteve.
Vasco Costa nunca escondeu que durante a sua presidência na FPT quer ver Portugal entre os melhores.
Se não fosse esta mudança radical de formato da Taça Davis seria impossível Portugal estar ainda a lutar pela promoção depois de duas derrotas.
É uma oportunidade que não irá repetir-se e Vasco Costa ajudou, ao votar favoravelmente as alterações à Taça Davis na Assembleia Geral da Federação Internacional de Ténis.
Se a África do Sul viesse na sua máxima força, a missão seria difícil. É certo que em terra batida Kevin Anderson é mais frágil: João Sousa derrotou-o em Nice/2016, João Domingues só cedeu por 7/5 num terceiro set no Millennium Estoril Open/2017, e Rui Machado só perdeu com ele por 11/9 num quinto set em Roland Garros/2012.
Mas Kevin mudou muito desde então. Foi vice-campeão do US Open no ano passado e em Wimbledon este ano.
Teria sido estranho ver Carlos Costa como fisioterapeuta da seleção nacional e ter como adversário o mesmo Anderson para quem trabalhou até julho. Mas o n.º 8 mundial não estará em Lisboa pois não joga a Taça Davis desde 2011. Incompatibilizou-se ‘indefinidamente’ com a federação do seu país em 2015.
A África do Sul, que tem outros pergaminhos e até já venceu a Taça Davis em 1974 (sem jogar a final, pois a Índia recusou defrontar o país do Apartheid), vem a Portugal com o jovem talentoso Lloyd Harris (113.º no ranking mundial) como n.º 1 de singulares.
Mas a grande estrela é Raven Klaasen (18.º em pares) que em pares foi finalista de Wimbledon este ano, do Masters em 2016 e do Open da Austrália em 2014, com três parceiros diferentes.
Não vejo João Sousa, Pedro Sousa, Gastão Elias e João Domingues como claros favoritos. A entrada é livre e é preciso que o público transforme o CIF num inferno para os sul-africanos.