A procura por um passaporte português começa a ser uma realidade para os brasileiros que temem um aumento da violência após as eleições no Brasil.
De acordo com relatos à agência Lusa, são muitos os cidadãos que procuram uma alternativa noutro país. É o caso de Carolina Barres, com nacionalidade brasileira e portuguesa. Segundo esta mulher, a sua companheira vai dar entrada com pedido de nacionalidade portuguesa: "Eu tenho a cidadania e o passaporte português. De facto, se precisarmos de sair do Brasil, a Fernanda poderá, a partir do reconhecimento da nossa união de facto, pedir os documentos para viver e trabalhar em Portugal legalmente", disse.
"Tenho medo de viver no Brasil porque sou mulher, gay, trabalho com arte, cinema e teatro e posso sofrer represálias num eventual governo liderado por Jair Bolsonaro [candidato de extrema-direita]", disse Fernanda, companheira de Carolina Barres.
O que discurso de ódio de Bolsonaro e que recorrentemente é interpretado como incitamento à violência começa a ser uma preocupação real. Katia Soveral, portuguesa a residir no Brasil procura já uma alternativa e fala de “tempos sombrios”.
"O que eu vejo e estou sentido sobre a evolução política no país é que vem vindo uma repressão e tempos muitos sombrios. Toda esta onda racista, xenófoba, misógina, homofóbica vem surgindo através da voz de um candidato à Presidência [Jair Bolsonaro] que incita muito a violência".
Segundo o consulado geral de Portugal em São Paulo, até 2019 não vai receber mais pedidos de reconhecimento de nacionalidade portuguesa.
A Secretaria das Comunidade Portuguesas divulgou um aumento de 34% de pedidos de nacionalidade portuguesa face ao mesmo período de 2017.