Sadiq Khan, presidente da Câmara de Londres, foi um dos milhares de britânicos presentes na marcha que ocorreu este sábado na capital da Grã-Bretanha destinada a pedir a realização de um referendo que dê nova oportunidade aos cidadãos de decidir a opção de permanecer na União Europeia (UE).
No primeiro referendo sobre o tema, que decorreu em junho de 2016, mais de metade dos votantes (51,9 por cento) pronunciaram-se a favor da saída. Agora, porém, alguns dão ideia já de arrependimento perante a opção tomada e acreditam que o resultado seria hoje muito diferente. “Algumas das promessas que foram feitas há dois anos não se materializaram. Ninguém falou na altura da possibilidade de um mau acordo, ou de não haver mesmo um acordo”, disse este sábado o trabalhista à "Sky News", ainda antes do começo da manifestação. “Ninguém disse na altura que não teríamos acesso ao mercado único, ninguém falou na possibilidade de ser prejudicada a saúde pública. Não se pode confiar nos políticos para tomar a decisão correta”, completou Sadiq Khan.
No último congresso do Partido Trabalhista, em setembro, a possibilidade de existir um novo referendo causou algumas divergências. A verdade é que, quando faltam seis meses para o Reino Unido deixar a UE (29 de março do próximo ano), as negociações entre Londres e Bruxelas continuam bloqueadas, em particular sobre a fronteira irlandesa, e ainda está envolta em dúvida a forma como se processará essa saída, dada a dificuldade em encontrar um entendimento para a fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda. Na passada quinta-feira, a primeira-ministra britânica, Theresa May, admitiu estar a considerar prolongar o período de transição entre a saída da UE e a entrada em vigor de um acordo que regule as relações entre o Reino Unido e o bloco comunitário para além de dezembro de 2020.
Além de Sadiq Khan, também a cozinheira Delia Smith e a empresária e membro do painel do programa de TV "Dragon's Den", Deborah Meaden, apoiaram a manifestação deste sábado. Uma petição iniciada também pelo diário "The Independent" já foi assinada por quase um milhão de pessoas e deputados de todos os quadrantes têm mostrado o seu apoio público à causa. Julian Dunkerton, milionário co-fundador da marca de roupa Superdry, o escritor Ian McEwan ou os ex-ministros do partido Trabalhista David Miliband e Peter Mandelson contribuíram mesmo monetariamente para pagar autocarros para transportar pessoas de fora de Londres rumo à marcha.