A nova explicação de Riade sobre a morte do jornalista Jamal Khashoggi no seu consulado em Istambul, Turquia, não foi suficiente para o Reino Unido, França, Alemanha e Canadá. Washington reagiu reconhecendo o “bom primeiro passo dado”, mas sendo “insuficiente”.
“Não acho que seja credível”, disse Dominic Raab, ministro britânico para o Brexit, acrescentando ainda que “o governo britânico quererá ver pessoas serem responsabilidades pela morte”. Já o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, reconhecendo a mudança de postura saudita e o “progresso” feito, afirmou que “não podemos ter uma relação de confiança que não seja baseada na verdade”. Por sua vez, e num comunicado conjunto, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Heiko Maas, caraterizaram a explicação saudita como insuficiente e reafirmaram a necessidade de mais transparência. “As explicações oferecidas pecam por falta de consistência e credibilidade”, reagiu a ministra dos Negócios Estrangeiros canadiana, Chrsytia Freeland.
Riade avançou nos últimos dias com uma nova versão sobre a morte de Khashoggi, afirmando que morreu na sequência de uma luta corpo a corpo no consulado saudita em Istambul, Turquia, e que “foi um erro”. Riade alega que terá sido acidentalmente sufocado enquanto o tentavam neutralizar e que os 15 membros da equipa saudita para o extraditar agiram sem autorização do príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman.
Questionado pelos jornalistas sobre a nova versão dos acontecimentos, Steve Mnunchin, secretário do Tesouro norte-americano, disse ser “prematuro falar sobre sanções ou qualquer outro assunto até as investigações terem chegado ao fundo do que se passou”. Entretanto, o governante não irá participar na conferência sobre investimento em Riade na terça-feira, numa demonstração de que nem tudo está bem para com a administração norte-americana.