O Ministério da Defesa determinou, a 4 de outubro, a realização de uma "auditoria extraordinária aos procedimentos internos" da Polícia Judiciária Militar (PJM), na sequência da recuperação, em outubro do ano passado, do material militar roubado dos paióis de Tancos, avança o jornal Público, citando fonte oficial do Ministério da defesa.
A auditoria, que não foi tornada pública, foi lançada ainda por Azeredo Lopes, que acabou por se demitir no cargo a 12 de outubro. A mesma tem como objetivo apurar "as ações de prevenção e investigação criminal desenvolvidas e promovidas por aquele corpo superior de polícia criminal que sejam da sua competência ou que lhe sejam cometidas pelas autoridades judiciais competentes".
Segundo a mesma fonte do Ministério da Defesa, o relatório da auditoria "deverá estar concluído até ao final do ano".
Recorde-se que, o furto de material militar dos paióis de Tancos foi revelado a 29 de junho de 2017, tendo sido comunicada, pela PJM, a recuperação da maior parte desse material no dia 18 de outubro do mesmo ano, na Chamusca.
A operação Húbris, investigação do MP à recuperação do material, levou à detenção do diretor e de outros três responsáveis da PJM, um civil, e três elementos do Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Loulé. Apenas o diretor da PJM e o civil ficaram em prisão preventiva, os restantes ficaram em prisão domiciliária.
A 3 de outubro acabou por ser detido o antigo porta-voz da PJM, Vasco Brazão, que acabou mesmo por alegar que Azeredo Lopes tinha conhecimento de todo o processo de recuperação do material.
As acusações levaram à demissão de Azeredo Lopes enquanto ministro da Defesa, sendo substituído por João Gomes Cravinho.
Na última quarta-feira, o Chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, pediu também a demissão.