A ideia, de que Franklin não era o único defensor mas de que era um dos principais impulsionadores, só viria a ganhar força mais de 100 anos depois, em plena I Guerra Mundial. Para poupar combustível, escasso e racionado na altura – tal como muitos outros bens essenciais –, a Alemanha e a Áustria resolveram prolongar a luz do dia ao alterar a hora na Primavera.
Outros países adversários na contenda, entre os quais Portugal, seguir-lhes-iam o exemplo pouco depois. De resto, o nosso país só tinha ‘aderido’ ao fuso horário com a República, em 1911.
A moda ‘pegou’ e às 2h da manhã de domingo os relógios deixam o horário de Verão, atrasando-se uma hora. A União Europa segue de modo uniforme, alterando as horas no Verão e no Inverno em simultâneo. Aliás, hoje não podemos decidir sozinhos sobre a nossa hora.
Portugal (continental e Madeira, os Açores têm sempre uma hora a menos), alinhado com o chamado tempo universal, está no meridiano 0, o de Greenwich, partilha o mesmo horário com o Reino Unido e tem uma hora de diferença em relação ao horário da Europa Central. Se o quiséssemos alterar tínhamos que pedir autorização à autoridade competente da hora na UE.
Quem está livre destes constrangimentos é a Rússia, que deixou de mudar a hora em 2011 – o que até levou a festejos na Crimeia quando a antiga província ucraniana foi anexada por Moscovo.
Noutros continentes, a adopção da mudança de hora é desigual. Se, na época do primeiro conflito à escala mundial (1914-1918), a medida gerou vantagens económicas, hoje a sua utilidade é discutida. Um estudo norte-americano dos anos 70 limitava a poupança de electricidade a menos de 1% enquanto outro, mais recente, louvava as virtudes da hora de verão, pela extensão da luz durante o dia.
Artigo originalmente publicado em outubro de 2014