Conhecidos os resultados das presidenciais brasileiras, o juiz federal e responsável pela Operação Lava Jato, Sergio Moro, felicitou o presidente eleito, Jair Bolsonaro, desejando-lhe que “faça um bom governo”. “Encerradas as eleições, cabe congratular o Presidente eleito e desejar que faça um bom governo”, afirmou Moro numa declaração. “São importantes, com diálogo e tolerância, reformas para recuperar a economia e a integridade da Administração Pública”, acrescentou. Moro tem sido um dos possíveis nomes equacionados para ocupar a pasta da Justiça no governo de Bolsonaro.
Se Moro foi comedido na saudação ao presidente eleito, a sua mulher, Rosângela Moro, não se coibiu de mostrar entusiasmo ao saber do resultado das eleições no domingo à noite. A advogada, que fez campanha pelo “voto consciente” em Bolsonaro, depois de se conhecerem os resultados, escreveu no Facebook estar “feliz”, partilhando uma imagem do Cristo Redentor com o número 17 no canto superior direito, o número da candidatura eleitoral do deputado federal.
Ainda na sexta-feira, e apelando ao voto em Bolsonaro, escreveu “não ter medo da mudança” e que o único medo que tem é que o Brasil continue “como está”: “corrupto e sem esperança”.
Nas últimas semanas, Bolsonaro e a sua equipa tem envidado esforços para compor o seu futuro executivo e o nome de Moro surgiu entre as possibilidades para o Ministério da Justiça. Para isso terá de abandonar a Operação Lava Jato, responsável pela detenção e condenação do antigo chefe de Estado Luiz Inácio Lula da Silva e que deu ao juiz federal a imagem de inimigo implacável da corrupção no país, principalmente contra o PT.
Outra possibilidade cogitada pela equipa de Bolsonaro é a possibilidade de Moro não ir para ministro, mas para o Supremo Tribunal de Justiça. O primeiro indício de que tal poderá vir mesmo a acontecer partiu de Gustavo Bebianno, presidente do Partido Social Liberal e diretor de campanha do deputado federal, numa entrevista ao site Terra. “Ter um ministro [juiz do supremo] com o perfil do juiz Sérgio Moro seria muito bom. É um nome que se cogita, sim. Ele é uma pessoa séria, patriota e que quer o bem para o Brasil”, afirmou Bebianno. “Nossa relação com o STF será a melhor possível, harmoniosa”.
No próprio dia das eleições, Bebianno voltou ao assunto: “A previsão é que o ministério seja preenchido por uma pessoa de nome, como a ministra Eliana Calmon. O nome do juiz Sergio Moro também se cogita”, afirmou. Sobre a hipótese do Supremo, Bebianno referiu que pode ser, mas apenas “mais para a frente”. “[Moro] é um grande nome, seja onde for, na Justiça ou no STF”, garantiu o presidente do PSL ao portal UOL.