Bancos. Itália e Alemanha sob pressão nos testes de stress

Os resultados vão ser conhecidos hoje, mas fontes citadas pela Bloomberg afirmam que o Deutsche Bank foi o que mais sofreu nestes testes

Nem todos os bancos europeus parecem ter passado com distinção no teste da Autoridade Bancária Europeia (EBA)
Ao contrário do que se previa, além dos bancos italianos, também os alemães vão ficar sob pressão quando a EBA divulgar os testes de stress. 

No caso de Itália, está em causa o desgaste nos níveis de capital que se fizeram sentir nos bancos, aquando do chumbo do Orçamento de Estado italiano para o próximo ano por parte da União Europeia, que despoletou uma subida acentuada dos juros da dívida soberana. 

Já no que diz respeito à Alemanha, a grande concorrência no mercado doméstico é a principal causa. 

A maior vítima parece ser o Deutsche Bank. De acordo com fontes não identificadas citadas pela Bloomberg, o banco atravessa o mais duro cenário do teste de stress e irá ver o indicador de robustez financeira a cair. 

O também alemão, NordLB vai ter um mau resultado nestes testes. O banco apresenta o mais fraco balanço de todos os bancos do país e fontes próximas já afirmaram que o rácio de capital deverá cair para 7%, um valor muito aquém dos requisitos europeus. 

Estes testes têm como objetivo apresentar a resistência dos 48 bancos em análise a um abrandamento económico severo. Os resultados concretos que serão apresentados hoje e têm uma importância acrescida no que diz respeito à necessidade de capital de cada banco.

O fantasma do brexit

A saída do Reino Unido da União Europeia continua a ser uma dor de cabeça para os bancos europeus.
De acordo com o EBA, os testes de stress aplicados a estes bancos têm em conta este cenário através de um vasto conjunto de riscos macroeconómicos. 

No entanto, o mercado acredita que as ferramentas que os bancos têm para combater as incertezas são cada vez mais.

 

Decisão inédita

Foi a primeira vez na história desde a criação da Zona Euro que a Comissão Europeia chumbou um Orçamento de Estado e a fava calhou a Itália, como se esperava.

O veredicto final foi dado pelo comissário europeu responsável, Valdis Dombrovskis, depois de o governo italiano não ter alterado os planos orçamentais como tinha sido pedido por Bruxelas. 

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte afirmou mesmo não haver “plano B” para este orçamento que apresenta aumentos da despesa, reduções de impostos e reversões de reformas estruturais. 

Agora, e depois de Dombrovskis ter afirmado que este vai contra as regras europeias, o governo italiano tem três semanas para concluir uma nova versão do documento. 

No entanto, a novidade não parece ter sido grande para o vice primeiro-ministro de Itália, Luigi Di Maio que chegou a desafiar a Comissão Europeia a respeitar os italianos e o governo, por ser o primeiro a ter sido escrito em Roma e não em Bruxelas.