Helena Ramos, apresentadora da RTP, morreu ontem aos 64 anos. A apresentadora – que era uma das caras mais conhecidas do canal público – morreu vítima de um cancro que lutava há cerca de cinco anos. A confirmação da sua morte foi anunciada pela RTP Memória, através da sua página oficial do Facebook.
Helena Ramos nasceu a 28 de julho de 1954 em Vale Cambra. Veio para Lisboa em 1972 e seis anos depois decidiu concorrer para um concurso da RTP, onde acabou por ser escolhida para ser locutora de continuidade. Há medida que foi crescendo dentro do canal, passou a dedicar-se à apresentação.
Teve uma longa carreira: participou em vários programas como Canal Aberto, Jogo de Damas, Os Vencedores, Boa Tarde, entre outros, e seu nome esteve também associado a programas de Carnaval e Marchas Populares bem como o programa que passa todos os anos na RTP, o Natal dos Hospitais. Para além disso, durante vários anos, fez a apresentação do Totoloto e do Toto-Sorteio.
Entrou na RTP Memória desde a fundação do canal e deu voz a vários documentários.
Foi também uma das seis apresentadoras do Festival da Canção em 2006.
Reações
Eládio Clímaco, apresentador televisivo, em declarações à “TSF” revelou que Helena Ramos “era a irmã que eu nunca” teve. “Recordo-a com muita saudade”, acrescentou.
Já Gonçalo Madaíl, diretor da RTP Memória destacou a “longevidade da carreira” da apresentadora.
No seu Instagram, Herman José escreveu que a apresentadora “enfrentou o seu cancro com coragem, sem alaridos nem sensacionalismos. Morreu com a mesma dignidade com que viveu”.
Tânia Ribas de Oliveira, também na mesma rede social disse que ontem foi um dia muito “triste” e que terá “saudades das nossas conversas”.
Já o humorista Nuno Markl escreveu que Helena Ramos era “das caras e das vozes da vida de quem cresceu com os dois canais da RTP, e parecia ter descoberto o elixir da eterna juventude”. “Vamos sentir a falta dela nos textos e na voz da rubrica Tributo, no Traz Prá Frente da RTP Memória, que ela escrevia e lia com uma elegância que não era deste tempo”, completou.
Ao “Observador”, Júlio Isidro, apresentador – e que foi colega de trabalho de Helena Ramos – diz que esta era uma “mulher do Norte” que “manteve em silêncio absoluto o seu sofrimento e a sua dor”. Era uma “das profissionais com maior solidez no que respeitava à língua portuguesa e aos valores portugueses”, adiantou.
Para Júlio Isidro, a apresentadora era também “uma pessoa extremamente culta, estimulada por ela própria para se enriquecer culturalmente”.