Apresentou dezenas de programas na RTP no tempo em que a televisão arrancava o sono à noite anterior e sentava o país no sofá.
Um cancro levou-lhe a vida aos 64 anos. Entre os programas que conduziu estão o talk show Jogo de Damas, em 1993, Canal Aberto, em 1996, Boa Tarde, em 2000, Os Vencedores, em 2002, e O Melhor de Nós, em 2005.
Foi ainda apresentadora de programas temáticos de Carnaval, Marchas Populares; Natal dos Hospitais e Festival da Canção, tendo ainda dado a cara pelos sorteios do Totoloto e do Toto-Sorteio. Por isso, Helena Ramos era um dos rostos familiares da RTP, sobretudo no tempo em que a estação pública não tinha concorrentes privadas.
Nos últimos anos, dedicou-se à RTP Memória, da qual fez parte da comissão instaladora quando o canal foi fundado em 2004.
Nas redes sociais, as reações multiplicaram-se. Para Herman José, a apresentadora enfrentou a doença oncológica «sem alaridos nem sensacionalismos», partindo «com a mesma dignidade com que viveu». No Instagram, o comediante lembrou a passagem da colega pelo seu programa da RTP1, Cá Por Casa, numa emissão emissão dedicada ao aniversário do canal público. «Esteve muito bem-disposta», recordou.
Para Eládio Clímaco, Helena Ramos era «uma profissional muito competente, muito atenta e muito trabalhadora», rendendo ainda uma homenagem pessoal: «Era a irmã que eu nunca tive. (…) Recordo-a com muita saudade».
«Que dia tão triste. Até sempre, minha querida. Vou ter saudades das nossas conversas», declarou a apresentadora Tânia Ribas de Oliveira. Já para Nuno Markl, a notícia foi «chocante». «A Helena Ramos é das caras e das vozes da vida de quem cresceu com os dois canais da RTP e parecia ter descoberto o elixir da eterna juventude», declarou.
Isabel Angelino, que com Helena Ramos, Eládio Clímaco, Margarida Mercês de Mello e Maria João Gama dividiu recentemente a condução do programa Há Conversa, na RTP Memória, reagiu nas redes sociais, «com um aperto no coração», à morte da amiga. «[Este é] Um dia triste para nós, colegas e amigos, e para todos os portugueses que te admiravam, Helena», escreveu.
«Guardou a sua dor, a sua doença, durante quatro ou cinco anos na RTP. Nunca ninguém lhe perguntou se estava melhorzinha. Eu só dei pela ausência dela porque temos a rubrica O Tributo. Há dois dias comentei com a minha mulher a ausência dela porque a Maria João tinha feito dois seguidos, momento que alternava com a Maria Helena. E aconteceu o pior», lamentou Júlio Isidro.