Associação de pais das crianças do Hospital São João querem que a obra da Ala Pediátrica, que tem vindo a ser adiada há vários anos, seja feita por “ajuste direto”, porque o concurso público que está previsto pelo governo pode atirar o fim da obra “para daqui a quatro, cinco, seis ou sete anos”.
Jorge Pires, porta-voz da Associação Pediátrica Oncológica (APOHSJ), acredita que se se mantiver o concurso público “Ninguém consegue garantir uma data” para a conclusão da obra reforçando que “quanto mais depressa a obra começar, mais depressa está pronta”. “Antes de abril, o arquiteto não vai ter o projeto revisto. Depois, é preciso começar a obra. Nisso é que queremos o ajuste direto. É a única forma de avançar de imediato", disse à agência Lusa.
"Podemos estar a falar de quatro, cinco, seis ou sete anos", reforça focando que o importante é “que isto se faça”. “Não queremos perder tempo. Isto é o jogo do empurra: vemos os políticos dizer 'foi o outro governo, foi este governo'… Nós não temos nada a ver com estas guerras", critica ainda Jorge Pires.
As crianças em tratamento oncológico têm ficado internadas em contentores provisórios há cerca de sete anos. O porta-voz da APOHSJ reforça que há muitas crianças da zona norte do país que são acolhidos no Hospital São João para o tratamento de cancro. "As crianças continuam lá, vão morrendo, e vêm outras e as pessoas estão descrentes. Temos a obrigação de fazer alguma coisa para mudar", acrescentou.
"A nossa luta é que a obra se faça o mais rapidamente possível e a única forma é um ajuste direto", defende. “Criamos esta associação para irmos à Assembleia da República (AR) mostrar a urgência em fazer obra e a resposta que temos, do primeiro-ministro e da ministra da Saúde, é 'vamos fazer um concurso mas não sabemos a data'", lamenta.