Esta segunda-feira, Miguel Sousa Tavares criticou a detenção de Bruno de Carvalho, afirmando que esta aconteceu ainda antes de o ex-presidente dos verdes e brancos ter sido ouvido. O comentário foi feito hoje na TVI.
O comentador e escritor defendeu que “as pessoas são detidas depois de ouvidas por um juiz, quando o juiz entende que há indícios suficientes para manter em prisão preventiva”.
“Ser detido previamente é um abuso, é uma violência injustificada, é uma humilhação injustificada, e sobretudo, para o comum das pessoas que não está a par das minudências jurídicas, isto insinua logo uma culpabilidade sobre a pessoa que ainda nem sequer foi ouvida. Isto é absolutamente inaceitável e inadmissível e repete-se sistematicamente”, afirmou Miguel Sousa Tavares em direto.
Além disso, o comentador disse ainda que acha ser "um abuso total" a GNR ter levado o computador da sua filha para investigar e procurar possíveis provas, sublinhando que esta é apenas "uma adolescente e que não vai ser arguida". “Não se pode levar a casa das pessoas e levar tudo indiscriminadamente”, referiu, adiantando ainda que “tem que haver o mínimo de decoro e de respeito pela privacidade alheia, que nesse caso, pelo que está à vista, não houve”.
Mas Miguel Sousa Tavares não ficou por aqui. O escritor considera ainda que a acusação de terrorismo – um dos 56 crimes que consta no mandado de detenção – é "absolutamente descabida": “Destina-se apenas a permitir dizer que o processo é de especial complexidade e poder demorar indefinidamente”, afirmou.
“É muito fácil saber o que é que se passou, saber quem foram os autores morais, quem foram os mandantes”, disse, acrescentando que “parece que estamos a brincar com coisas sérias”. “Terrorismo é coisa séria, isto não tem nada a ver com terrorismo”, terminou.