O primeiro-ministro finlandês, Juha Sipila, acusou ontem a Rússia de ter interferido intencionalmente no sinal de GPS durante exercícios aéreos da NATO. “É possível que a Rússia tenha desempenhado um papel de interferência. A Rússia é conhecido por possuir essas capacidades”, disse o primeiro-ministro à televisão pública finlandesa Yle.
Em causa estava o exercício aéreo da NATO denominado Trident Juncture (junção tridente, em português), o maior exercício da NATO em décadas. Ainda que a Finlândia não pertença formalmente à NATO, preferindo manter uma posição de neutralidade entre a aliança e a Rússia, participou com forças militares ao lado de outros 30 países. À semelhança da Finlândia, também a Noruega detetou problemas similares no seu serviço GPS ao longo do exercício, que começou no final de outubro e terminou na quarta-feira passada. Ambos os países viram-se obrigados a emitir alertas aos voos comerciais.
Confrontado com a acusação, Moscovo negou qualquer envolvimento na falha do sistema GPS durante o exercício da NATO. Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin e próximo do presidente russo Vladimir Putin, afirmou não ter quaisquer informações sobre qualquer interferência, acrescentando que o seu país tem vindo a ser constantemente acusado de todo o tipo de crimes, com a maior parte a não terem qualquer fundamento.
O exercício militar ocorreu nas proximidades da Rússia, do Mar Báltico à Islândia, uma zona considerada por Moscovo como fundamental para a sua segurança nacional desde os tempos da Guerra Fria. Por exemplo, a Finlândia sempre recusou aderir à NATO por recear ser encarada como ameaça para a Rússia, tendo na memória a denominada Guerra Soviético-Finlandesa entre 1939 e 1940.