OCDE. Alarmes disparam com sinais de abrandamento

Indicador da OCDE para a economia nacional continua abaixo dos 100 pontos. Trajetória descendente tem sido uma tendência global

A nível mundial, as notícias são más. A economia tem vindo a dar largos sinais de abrandamento e Portugal não tem conseguido ficar à margem desta trajetória descendente. Tendo por base o indicador compósito calculado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), divulgado ontem, a palavra de ordem tem sido abrandar e é difícil escapar a esta tendência global. 

No caso português, pode-se dizer que o indicador em causa recuou durante o mês de setembro para 99,60 pontos. Ainda que a descida tenha sido ligeira, porque compara com os 99,68 pontos registados em agosto, mas bastou para colocar Portugal com este nível no valor mais baixo desde 2013. 

Na verdade, importa referir que os 100 pontos são o limiar entre a aceleração e a desaceleração económica e há nove meses que nos encontramos abaixo deste patamar. 

No entanto, o relatório mostra que a tendência pode ter vindo para afetar tudo e todos, sem que exista grande margem para que o cenário seja diferente. Os indicadores da OCDE marcam um abrandamento de todas as principais economias e, no caso da OCDE, o crescimento “é lento”. “Os sinais mais evidentes são registados no Reino Unido e na Zona Euro como um todo, incluindo França e Itália, com sinais similares a surgirem agora da Alemanha”, diz o documento. 

Sinais de alerta Os números do turismo têm ajudado nas contas nacionais. No entanto, nem mesmo o bom comportamento do setor conseguiu evitar um desempenho pior do que o do ano passado. De acordo com os dados, divulgados em julho, pelo Banco de Portugal (BdP), o saldo conjunto das balanças corrente e de capital degradou-se até maio. Em comparação com o mesmo período de 2017, a diferença era de 359 milhões de euros. Em maio do ano passado, o défice externo era de 952 milhões. Este ano foi de 1 311 milhões. Ainda assim, é preciso ressalvar que tem acontecido o país ver as contas complicarem-se nesta altura do ano, já que é o período de pagamento de dividendos das empresas. Olhando para os últimos dois anos pode dizer-se que a tendência é melhorar a partir de julho. 

Mas, com melhoras ou sem elas, já aqui as campainhas tocavam. Os alertas estavam lançados. A economia portuguesa continuava a abrandar. De acordo com os dados da OCDE, em maio, esta trajetória descendente no ritmo de crescimento já era muito forte. 

A análise da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) mostrava que o índice compósito se situou em 99,30 pontos no mês em questão. No fundo, falávamos do nível mais baixo desde a altura em que Portugal passava por um período de recessão.

Mais: o resultado do mês de maio veio traduzir-se num novo mês consecutivo de quedas. 

Agora, a OCDE alerta para esta tendência global e os sinais podem ter vindo para ficar. Ainda assim, o executivo continua a esperar conseguir crescer.