Elina Svitolina tornou-se na décima jogadora a vencer o Masters sem ter sido antes campeã de torneios do Grand Slam.
A ucraniana de 24 anos é das que mais títulos conquista – 13 em seis anos -, com cinco em 2017 e quatro em 2018, destacando-se os quatro da categoria Premier-5.
O sucesso no Masters não é uma surpresa e o título que agora se chama ‘BNP Paribas WTA Finals Singapore presented by SC Global’ foi o seu maior de sempre.
Irá o triunfo mais importante da sua carreira impulsioná-la a vencer finalmente um torneio do Grand Slam? Tem surgido como uma das favoritas em Majors, mas falha sistematicamente por acusar demasiado a pressão.
O melhor que fez em torneios do Grand Slam foram três quartos de final. Mesmo na categoria de eventos logo abaixo dos Majors, os Premier Mandatory do circuito WTA, só numa ocasião foi às meias-finais.
Muito pouco para uma jogadora do seu gabarito, que no escalão de sub-18 foi precoce ao ganhar Roland Garros aos 15 anos. Mas, por outro lado, estamos tão habituados a vê-la no topo e em finais WTA, que nos esquecemos que só em fevereiro de 2017 entrou pela primeira vez no top-10 mundial.
Está ainda numa fase de aquisição de experiências. Não podemos compará-la, por exemplo, a Carolina Wozniacki, que só ganhou o Masters aos 27 anos, mas já tinha sido n.º 1 mundial sete anos antes!
Svitolina tem progredido consistentemente como jogadora. Este ano operou uma mutação física significativa, perdendo vários quilos, por vezes até pareceu demasiado magra e sabe-se como essas alterações influenciam diretamente a estabilidade técnica.
Em termos táticos também tem evoluído de uma jogadora defensiva, para uma contra-atacante e agora no Masters até surpreendeu com estratégias bem mais ofensivas.
A sua dança de treinadores tem sido outra constante: Ian Hughes durante dois anos e meio até ao final de 2016. Gabriel Urpi, Thierry Ascione e Andrew Bettles (como parceiro de treino) em 2017 e 2018, Nick Saviano e Andrew Bettles em 2018 e agora o anúncio de que em 2019 será só Bettles o técnico principal, tendo em 2016 e 2017 recolhido conselhos da antiga n.º 1 mundial, Justine Henin.
Duvido que Svitolina venha a juntar-se-á às três jogadoras bem-sucedidas no Masters que nunca ganharam Majors: Sylvia Hanika (em 1982), Agnieszka Radwańska (2015) e Dominika Cibulková (2016).
Vejo-a mais como Chris Evert (em 1972), Gabriela Sabatini (1988), Jana Novotná (1997), Kim Clijsters (2002), Amélie Mauresmo (2005) e Caroline Wozniacki (2018), que ganharam o Masters antes de se imporem num primeiro Major.