Dois homens mexicanos foram queimados vivos na cidade Acatlán, mesmo à porta de esquadra da polícia local, depois de serem acusados por vários populares de terem raptado e sequestrado várias crianças. Os suspeitos foram alvo de um julgamento popular, e tudo devido a um rumor que corria no WhatsApp.
Este trata-se de um caso de ‘fake news’, mas que acabou de uma forma trágica.
Ricardo Flores, de 21 anos, e o seu tio Alberto Flores, de 43, encontravam-se detidos na esquadra da cidade mexicana, após terem sido abordados por moradores locais.
“Por favor, estejam atentos porque uma praga de sequestradores de crianças entrou no país. Parece que esses criminosos estão envolvidos no tráfico de órgãos… Nos últimos dias, crianças de quatro, oito e 14 anos desapareceram e algumas delas foram encontradas mortas com sinais de que os seus órgãos foram removidos. Os seus abdómenes foram cortados, abertos e estavam vazios.”, era esta a mensagem que corria no WhatsApp.
De acordo com a BBC, Maura Cordero – dona de uma loja de artesanato localizada perto da esquadra – contou que assistiu a toda a situação, e que ficou chocada ao ver que os populares gravavam o momento em que Ricardo e Alberto estavam a ser queimados vivos.
“A multidão tinha um único objetivo. O portão de entrada da esquadra foi aberto e Ricardo e Alberto Flores foram arrastados para fora. Enquanto as pessoas mantinham os seus telefones no ar para filmar, os homens foram empurrados para o chão e depois para uns degraus, onde foram espancados violentamente. A gasolina que tinha sido levada anteriormente para ali foi derramada por cima deles.”, contou à BBC.
O incidente diz respeito ao dia 29 de agosto, mas só agora se tornou público.
Fotografia: Reprodução WhatsApp