Assembleia da República atribui prémio a associação cigana pela primeira vez

A associação foca-se na promoção da escolaridade e da empregabilidade nas comunidades ciganas

A associação Letras Nómadas recebeu uma das medalhas de ouro atribuídas pela Assembleia da República, no âmbito do Prémio Direitos Humanos 2018, tornando-se assim na primeira associação de pessoas ciganas a ser distinguida.

A medalha será entregue a 10 de dezembro, numa cerimónia na Assembleia da República.

O projeto que conquistou o prémio principal foi a Obra Vicentina de Auxílio aos Reclusos, distinguido pelo seu trabalho junto da população reclusa, "contribuindo para a humanização do sistema prisional e a reinserção dos reclusos".

No âmbito do mesmo prémio, a Assembleia da República atribui medalhas de ouro comemorativas do 50.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, sendo que uma delas foi atribuída à associação Letras Nómadas. A associação foca-se na promoção da escolaridade e da empregabilidade nas comunidades ciganas e a formação nas áreas da história e cultura ciganas.

O vice-presidente da Letras Nómadas, citado pela agência Lusa, admite que ficou surpreendido com o prémio, embora tenha sublinhado que a associação não trabalha para medalhas.

"Trabalhamos sim para a inclusão das comunidades ciganas e para que haja reconhecimento da diversidade cultural nesta sociedade, de que a comunidade cigana há séculos faz parte, mas onde muitas vezes tem vindo a ser maltratada", defendeu Bruno Gonçalves.

O responsável explicou ainda que o objetivo da Letras Nómadas é o de ajudar cidadãos ciganos a tornar a sociedade portuguesa cada vez mais rica e mais tolerante.