O relatório da comissão de defesa do Congresso norte-americano alerta para uma possível derrota dos Estados Unidos contra a Rússia ou a China, caso o conflito armado aconteça, devido a uma crescente erosão da liderança militar, avança o The Sydney Morning Herald.
Em causa está o escasso investimento que a administração de Donald Trump tem feito na estratégia de defesa. A crescente militarização de Moscovo e Pequim e o desenvolvimento de um sistema de defesa baseado nos Estados Unidos são também sinais a ter em conta, alerta o relatório.
“Há um forte receio da complacência, as pessoas habituaram-se tanto a que os Estados Unidos acabem por conseguir os seus objetivos a nível global, também em termos militares, que estão a ignorar estes sinais de alerta”, afirma Kathleen H. Hicks, um dos membros da comissão que desempenhou funções de topo no Pentágono durante a administração de Obama.
O facto de os Estados Unidos continuarem a ignorar os sinais do tempo pode ser mesmo o calcanhar de Aquiles norte-americano. “[A Rússia e a China] aprenderam com o que nós fizemos. Aprenderam com os nossos sucessos. E enquanto estivemos empenhados noutro tipo de guerra, eles foram-se preparando para um tipo de conflito, um tipo extremo de conflito a que nós não damos suficiente importância há muito tempo”, disse ainda Eric Edelman, antigo funcionário do Pentágono durante a presidência de Bush.
Eldeman acreditam mesmo que os líderes norte-americanos estão a perder a noção de quão complexo está o jogo da segurança internacional. A comissão responsável pelo relatório acusa as várias lideranças políticas de terem falhado no investimento para a inovação e manutenção necessários das foças americanas nas últimas décadas. Algo que poderá mesmo ser fatal quando uma nova espécie de Guerra Fria poderá estar em cima da mesa.
“O exército norte-americano pode vir a sofrer um número inaceitável de baixas e perda de ativos substanciais no seu próximo conflito. Poderá vir a ter de fazer um enorme esforço para vencer, ou vir mesmo a perder, numa eventual guerra com a China ou com a Rússia”, alerta ainda o relatório reforçando que se as forças norte-americanos se envolverem em vários conflitos em simultâneos “os Estados Unidos poderiam ser esmagados”.