Procuradoria de Lisboa diz que Mustafá e Bruno de Carvalho “conheciam o plano”

Um documento emitido pela Produradoria-Geral Distrital de Lisboa esclarece as acusações e os arguidos do processo

A Procuradoria-Geral Distrital (PGD) de Lisboa divulgou, esta sexta-feira, um comunicada em que confirma que o processo das agressões na Academia do Sporting, em Alcochete, tem 44 arguidos, dos quais 38 estão em prisão preventiva.

Entre os suspeitos há 41 que são “pertencentes a um grupo organizado de adeptos”, ou seja da Juve Leo, enquanto os outros três arguidos são o “seu líder (Mustafá), outro oficial de ligação aos adeptos do clube (Bruno Jacinto) e outro o presidente do clube (Bruno de Carvalho)”, revela a nota.

A PGD de Lisboa esclarece ainda que em causa estão os “crimes de introdução em lugar vedado ao público, ameaça agravada, ofensa à integridade física qualificada, sequestro, terrorismo, dano com violência, detenção de arma proibida agravado, resistência e coação sobre funcionário e tráfico de estupefacientes”.

Bruno de Carvalho, Mustafá e Bruno Jacinto “conheciam o plano delineado pelos restantes 41 [arguidos] e determinara-nos à prática”, afirma o Ministério Público acrescentando que os três arguidos “nada fizeram para impedir a prática de tais atos violentos contra os ofendidos, tanto mais que criticaram sucessivamente os jogadores, potenciando um clima de violência contra os mesmos”.

“No essencial, ficou fortemente indiciado que 41 dos arguidos agiram, em comunhão de esforços e intentos, com a finalidade de executarem um plano comum previamente traçado”, pode ainda ler-se no documento. As agressões incluíam “atingi-los [aos ofendidos] com tochas, cintos, paus e bastões em regiões do corpo”.

Cândida Vilar, procuradora afirma que os 41 suspeitos tinham “intenção de originar um ambiente de pânico e sofrimento físico e psicológico” às vitimas sujeitando-as “a tratamento não compatível com a natureza humana”.