Os assassinos do jornalista saudita Jamal Khashoggi poderão ter retirado os seus restos mortais da Turquia através de malas diplomáticas, segundo o ministro da Defesa turco, Hulusi Akar, citado pela CNN. Khashoggi entrou no consulado saudita a 2 de outubro e nunca mais foi visto com vida. A sua morte ganhou dimensões de crise diplomática, com as autoridades sauditas a serem implicadas na sua morte.
“Uma das possibilidades é que tenham abandonado o país três a quatro horas depois de cometerem o homicídio. É possível que tenham retirado o corpo desmembrado em malas sem terem enfrentado quaisquer problemas por causa da imunidade diplomática”, disse Akar numa conferência internacional em Halifax, no Canadá. Outra das possibilidades avançadas pelos investigadores turcos é a dos restos mortais de Khashoggi terem sido dissolvidos em ácido.
As autoridades turcas acreditam que uma equipa de 15 elementos, incluindo dois para trabalhos de “limpeza”, estiveram envolvidos na morte do jornalista.
No final da semana passada, o “Washington Post” revelou um relatório da CIA norte-americana que dizia que a ordem para matar Khashoggi partiu do próprio príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, contradizendo todas as versões apresentadas até ao momento por Riade. Todavia, o Departamento de Estado norte-americano veio desmentir essa informação pela voz da sua porta-voz, Heather Nauert: “As recentes informações pelas quais o governo chegou a uma conclusão definitiva são inexatas”.
Por sua vez, o presidente dos EUA, Donald Trump reagiu à notícia garantindo ter informações de que o príncipe herdeiro “não desempenhou nenhum papel” no assassinato e que a aliança com Riade é “ótima”. “Têm sido aliados verdadeiramente espetaculares em termos de emprego e desenvolvimento económico”.