Fernando Haddad, que foi candidato nas últimas eleições presidenciais brasileiras, foi constituído arguido por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pela Justiça de São Paulo.
Em causa está o alegado uso de fundos provenientes da construtora UCT Engenharia para pagar dívidas, entre abril e maio de 2013, durante a campanha eleitoral para a autarquia paulista. De acordo com o MP brasileiro, Haddad terá solicitado através de seu tesoureiro, João Vaccari Neto, 3 milhões de reais para pagar uma dívida a uma gráfica propriedade de Francisco Carlos de Souza, ex-deputado estadual do PT, relativamente a uma prestação de serviços durante a campanha. A UCT Engenharia ter-lhe-á facultado 2,6 milhões de euros.
João Vaccari Neto foi condenado a mais de 40 anos de prisão no âmbito da Operação Lava-Jato.
“Ocorre que a solicitação de três milhões teria sido atendida. Sendo assim, Ricardo Pessoa a prometeu e ofereceu directamente para João Vaccari Neto e indirectamente para Fernando Haddad”, diz o juiz na sua decisão, citado pelo Estadão, referindo que Haddad e Pessoa se “reuniram algumas vezes durante a campanha eleitoral no decorrer de 2012".
Fernando Haddad e o PT já haviam desmentido as acusações. Esta segunda-feira, em declarações à Globo, a assessoria de Haddad referiu que "a denúncia é mais uma tentativa de reciclar a já conhecida e descredibilizada delação de Ricardo Pessoa".