Nos primeiros seis meses do ano, o Infarmed recebeu 5.385 notificações das reações adversas a medicamentos, o que representa um aumento relativamente ao mesmo período do ano anterior. A diretora de Farmacologia do Infarmed afirma que esta é uma subida “expectável de desejável” que vai de encontro ao trabalho desenvolvido pela autoridade.
"Esperamos chegar às dez mil. No ano passado [2017] tivemos seis mil, por isso estamos satisfeitos com as campanhas e com a produtividade do novo portal" referiu Fátima Canedo, à margem das IV Jornadas do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e Resistência aos Antimicrobiano, citada pela agência Lusa.
De acordo com a diretora, até sexta-feira decorre uma campanha europeia para sensibilizar os profissionais de saúde e os doentes para a notificação de reações adversas e o Infarmed lançou esta segunda-feira uma campanha para encorajar as notificações adversas em crianças e grávidas.
"Por estranho que pareça, e pode parecer contraditório, quanto mais notificações tivermos, melhor conhecemos o perfil de segurança dos medicamentos e eles tornam-se cada vez mais seguros", referiu Fátima Canedo.
"Um medicamento quando é lançado no mercado passa por um conjunto de ensaios clínicos, que são curtos no tempo e não envolvem toda a população. Não envolvem grávidas, não envolvem (…) Quando um medicamento é lançado no mercado vai abranger uma população que nunca esteve exposta a esse medicamento. Por esse motivo conhecem-se novos efeitos indesejáveis dos medicamentos. E, por esse motivo, quanto maior for o número de notificações mais o medicamento se torna seguro, porque o Infarmed atualiza a informação ou recomenda materiais educacionais dirigidos aos profissionais e aos doentes sobre a forma como devem ser tomados ou prescritos os medicamentos", concluiu.