“Touradas? Sem medo, vamos a referendo” é o nome de uma petição que está a circular na página Petição Pública com o objetivo de reunir assinaturas para que a continuação das touradas seja decidida em referendo.
A petição conta, para já, com 34.690 assinaturas, mas são necessárias 75 mil para formular um referendo.
Como se lê no texto da petição, “a verdade é que as atividades tauromáquicas fazem parte da história de muitos países europeus e não só. A lide do touro é vista por milhares de pessoas ao longo de muitos anos. É um facto, não há como negar. Porém, não é menos verídico que as populações (ou civilizações, como preferirem) têm sofrido diversas transformações. Se em alguns casos essas modificações foram suficientes, muitos são os outros em que a metamorfose de pensamentos, por exemplo, claramente é insuficiente. A tourada é um destes, flagrantes, casos”.
É certo que o Parlamento chumbou este ano a proposta de lei do PAN que previa a abolição das touradas, mas a sociedade permanece dividida quanto ao tema – divisão que, de resto, serve de argumento aos autores do texto. “Há vários anos que a população portuguesa está, aparentemente, dividida. Se, por um lado, os gritos agonizantes de um animal em sofrimento – perante o deleite sádico de alguns (cada vez menos) espetadores – é considerado arte ou cultura; por outro lado, existem milhares de portugueses que acompanharam a tal transformação a que, carinhosamente, denominam de evolução. Para os últimos, a tourada é mesmo uma atividade barbárie e sem lugar no Portugal do futuro, no Portugal das nossas crianças, no Portugal que sonha mesmo ser o 'paraíso à beira-mar plantado', explicam os autores da petição".
“Dada esta divisão ideológica entre portugueses e, como acreditamos que esta não é uma ténue e equilibrada divisão, pretendemos solicitar ao Exmº Sr. Presidente da República, ao Governo e também aos membros constituintes da Assembleia da República Portuguesa a criação de um Referendo a nível Nacional para que, de uma vez por todas, seja feita a devida justiça”, acrescentam.