Existem no concelho de Borba, em Évora, mais paredes de pedreiras “em risco”, defende o presidente da Associação Internacional de Hidrogeólogos .
"Do que vejo" no concelho de Borba, onde ocorreu o deslizamento de terras e o colapso de um troço de estrada para dentro de duas pedreiras, "há mais paredes [de pedreiras] em risco seguramente, porque são verticais", disse António Chambel, citado pela agência Lusa.
Segundo o hidrogeólogo, que é também professor na Universidade de Évora, no caso das paredes verticais "se houver alguma fratura, mesmo escondida por trás, qualquer uma delas pode vir abaixo".
De acordo com o especialista, “não é só” em Borba que existe este risco, mas também na zona de Bencatel, no concelho de Vila Viçosa.
"Há outras estradas que também estão sobrepostas em zonas muito perigosas no meio das pedreiras", explicou em declarações à Lusa.
Para António Chambel deve haver mais “cuidado” na análise de todas as paredes das pedreiras “existentes em Portugal. O especialista aconselha ainda ao fecho de todas as estradas que estejam “muito próximas” de paredes de pedreiras, uma vez que nestes casos existe sempre “um risco”, pois, "por mais análises que se façam, uma fratura escondida pode estar em qualquer lado".
O hidrogeólogo afirma ainda que existem “imensas pedreiras abandonadas em Portugal” e “pouco se sabe” sobre as mesmas. Assim, algumas podem ter caminhos rurais ou estradas próximas e, desta forma, António Chambel defende que deve ser feito um inventário nacional para se “verificar tudo”.