Os incêndios florestais registados este ano diminuiram 44% relativamente à média nos últimos dez anos. O anúncio foi feito ontem pelo ministro da Administração Interna, que revelou que em 2018 arderam 44 mil hectares.
Apesar das melhorias verificadas, Eduardo Cabrita assegurou que o Governo não vai baixar os braços e vai continuar a apostar na prevenção, “Exactamente por este tema hoje não estar na actualidade, faremos tudo para que o esforço de prevenção e de limpeza seja ainda mais intensificado nos próximos meses, para que 2019 seja um ano seguro para os portugueses”, afirmou.
À margem de uma cerimónia de entrega de viaturas ao Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da Guarda Nacional Republicana (SEPNA-GNR), ontem, o ministro defendeu que os resultados positivos alcançados têm como justificação o “esforço de todos: dos bombeiros voluntários e profissionais, das estruturas de Proteção Civil, das Forças Armas, da Força Especial de Bombeiros”, a par do trabalho da GNR desenvolvido relativamente à fiscalização, mas também à sensibilização para a limpeza da floresta. Isto, num ano que “foi dos mais difíceis de sempre” ao nível da meteorologia.
Outro dado relevante apontado pelo responsável pela pasta da Administração Interna relaciona-se com as detenções por incêndios florestais: em relação à média dos últimos anos, em 2018 o número de detenções por incêndios florestais duplicou. Quanto a contra-ordenações, este ano verificou-se também um aumento, tendo triplicado em relação a 2017.
Na mesma ocasião, Eduardo Cabrita assinalou ainda que “há a consciência pública da comunidade, depois dos bons resultados deste ano, de fazer ainda mais e ainda melhor nos próximos anos”, considerando, referindo-se a quem perdeu a vida nos incêndios de 2017, que essa é “a única homenagem que devemos prestar às vítimas de 2017. Não devemos esquecer, quando aparentemente outros temas parecem ocupar a actualidade”.
Note-se que na terça-feira os bombeiros estiveram concentrados na Praça do Comércio, em Lisboa, para se manifestarem contra as propostas do Governo sobre o novo estatuto do bombeiro e o regime de aposentação dos bombeiros da administração central, regional e local, tendo prometido uma greve de 19 de dezembro a 2 de janeiro.