À boa maneira das bandas ou dos grupos de teatro e dança, a Gulbenkian “vai abrir as portas da Fundação” e “partilhar as coleções com a população nacional nacional a uma escala muito mais alargada e sistemática”, explica o conservador do Museu e responsável pelo projeto Nuno Vassalo e Silva.
Até 2020, seis localidades vão alojar o Museu. A itinerância já começou no fim de semana passado com uma seleção de obras reunidas sob o título “Corpo e Paisagem” em Bragança e Sabrosa, em Trás-Os-Montes. Este fim de semana, é a vez de o Museu de Portimão a receber a exposição “Lugares, Paisagens, Viagens” .
“A grande preocupação é a partilha e promoção cultural”, refere o responsável. “[O projeto] visa estabelecer um conjunto de parcerias com instituições nacionais afastadas dos grandes centros embora dotadas de equipamentos de exceção”. E explica que esta foi “uma parceria construída em comum”, privilegiando “o olhar dos nossos parceiros”. Aos curadores de cada um dos equipamentos foi dada liberdade para olhar “o património da Fundação” e montar as exposições “de acordo com as necessidades locais”. Nuno Vassalo e Silva sublinha a necessidade destas parcerias “enriquecerem localmente”, observando a distância para o interior (e o sul) como “um problema”.
A iniciativa recupera uma velha tradição do Museu de que foram exemplo as históricas Bibliotecas Itinerantes. No ano passado, as parcerias com o Museu Soares dos Reis e o Museu de Tavira para levar a exposição de Almada Negreiros ao Porto e ao Algarve serviu de tubo de ensaio para esta ação.
De 16 de março a 9 de junho, a Gulbenkian instala-se no Centro de Arte de Sines e quase em paralelo, de 6 de abril a 28 de julho, mostra uma seleção do seu acervo no Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco. De 23 de novembro a 23 de fevereiro de 2020, o Palácio da Galeria, em Tavira, é a última estação da viagem do Museu. “Vamos avaliar o impacto mas os primeiros sinais são positivos”, diz. E então sim, será decidido se a digressão continua.
A itinerância estende os braços ao Coro e à Orquestra. A Orquestra Gulbenkian também vai cumprir um programa de digressões que a vai levar, no início de 2019, ao Centro Cultural das Caldas da Rainha e ao Centro de Artes de Águeda (24 e 25 de janeiro). No início do verão, a Orquestra Gulbenkian realiza dois concertos, o primeiro na Casa da Música (19 de junho), no Porto, e o segundo no cenário do Convento de São Francisco (20 junho), em Coimbra.
Depois de ter estado em Espanha nos últimos dois dias, o Coro Gulbenkian junta-se à Orquestra Filarmónica de Estrasburgo a 25 e 26 de abril para dar a ouvir La Damnatunho, o Coro atua em Tenerife, no Auditório Adán Martin, para interpretar “Um Requiem Alemão” de Johannes Brahms,ion de Faust de Hector Berlioz. As récitas desta “lenda dramática” decorrem no Palais de la Musique et des Congrès de Bordéus. A 21 de junho, o Coro atua no Auditório Adán Martin em Tenerife.