Os professores entregaram, esta quinta-feira, à presidência do Conselho de Ministros, os 20.520 postais a defender o investimento na educação. Esta iniciativa, levada a cabo pelos docentes, pretende mostrar ao governo que a luta dos professores tem o apoio da população portuguesa.
Cerca de 150 professores juntaram-se em protesto frente à Basílica da Estrela, pelas 11h00, um dia depois da reunião de renegociação da contagem do tempo de serviço, marcada pelo governo na sequência das votações do Orçamento do Estado. Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, considerou este encontro entre sindicatos e o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, uma “vergonha”, “uma encenação barata” e “um absurdo”.
"O tempo de serviço que os professores trabalharam não é moeda de troca, não é negociável", reforçou Nogueira durante o protesto. Os docentes continuam a exigir a contabilização do tempo de serviço na íntegra – os nove anos, quatro meses e dois dias – enquanto o ministro apenas quer contabilizar dois anos, nove meses e 18 dias.
Segundo o secretário-geral da Fenprof, a proposta apresentada pelo ministro “rouba mais de seis anos aos professores”. No entanto, Nogueira acredita que a próxima reunião de Conselho de Ministros, marcada para dia 20 de dezembro, “poderá ser uma prenda de Natal para os professores”, uma vez que os sindicatos pretendem apresentar, na próxima quarta-feira, um pedido de reunião suplementar para retomar as negociações.
Uma das questões levantadas por Mário Nogueira é a diferença entre o que se está a passar no continente e nas ilhas, sendo que os docentes dos Açores e Madeira tiveram todo o tempo de serviço contabilizado para efeitos de progressão na carreira. O secretário-geral da Fenprof questiona ainda a posição de Carlos César nas negociações, uma vez que, para além de líder da bancada socialista, o deputado foi presidente da região autónoma dos Açores e foi eleito por esse círculo eleitoral.