A lider do governo alemão, Angela Merkel, garantiu que não há possibilidade de voltar a abrir as negociações do Brexit.
Segundo fontes citadas pela agência Reuters, após o encontro em Berlim com a primeira-ministra britânica, Theresa May, a chanceler alemã terá afirmado ao seu grupo parlamentar que, apesar de não se prosseguirem as negociações, estão a ser feitos esforços para se darem garantias à Reino Unido.
Sabendo que o acordo negociado com Bruxelas seria dificilmente aprovado na Câmara dos Comuns, May retirou-o ontem de cima da mesa, um dia antes de ser levado a votação. A líder britânica foi de imediato a Haia, na Holanda, tomar o pequeno-almoço com o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, e depois a Berlim, onde se reuniu com Merkel, antes de seguir para Bruxelas.
A Reuters avançou ainda que May terá dito à chanceler alemã saber que não conseguiria obter uma maioria no parlamento para o acordo ser aprovado, mas também que a saída do Reino Unido da União Europeia não era do interesse de ninguém.
Jeremy Corbyn, líder do partido trabalhista britânico, considerou este acordo “um falhanço monumental e danoso para o nosso país”. Opinião não partilhada pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que, no Parlamento Europeu, afirmou ser o "melhor possível". "Foi o único possível. Não há qualquer margem para renegociação", acrescentou Juncker.
Faltam menos de quatro meses para a data limite para o Reino Unido sair da União Europeia, a 29 de Março. O parlamento britânico irá, segundo as notícias mais recentes, votar num acordo até 21 de Janeiro. A dificuldade de May conseguir aprovar o acordo torna a perspetiva de uma saída não acordada ou de uma reversão do processo do Brexit, através de um novo referendo, cada vez mais provável.