Os resultados do inquérito não foram animadores. O estudo analisou 1033 respostas, e concluiu-se que o sentimento de insegurança se revelou comum a 92,7% dos inquiridos. O descontentamento com o tempo de demora e a prontidão das forças de segurança também é unânime e pouco positivo.
O inquérito foi realizado entre 24 de novembro e 3 de dezembro, e levantava ainda outra questão: “Viu algum PSP/GNR durante o dia de hoje?”. A resposta foi negativa, uma vez que mais de 60% afirmou que não tinha visto qualquer elemento das forças de segurança durante o dia nas ruas, escreve o Jornal i, que teve acesso aos resultados do inquérito.
Além disso, de acordo com o estudo, aqueles que viram polícias na rua, praticamente metade admitiu que os agentes estariam em serviço remunerado ou gratificado.
O presidente da delegação de Santarém da Organização Sindical dos Polícias, Ricardo Simões, refere que esta é uma das conclusões que suscitam reflexão. Os serviços gratificados “são feitos nas horas de folga”, explica o responsável, citado pelo i. Trata-se dos polícias que estão, por exemplo, à porta dos supermercados ou de outros estabelecimentos comerciais, a fazer serviço de segurança.
O mesmo responsável diz ainda que, atualmente, como a farda que os polícias usam é sempre a mesma, acaba por ser criada uma sensação de falsa segurança.
Para os agentes está, de acordo com as conclusões do estudo, em causa “uma ilusão mentirosa sobre o patrulhamento”.
Ricardo Simões deixa ainda um alerta: além da falsa sensação de segurança, um problema central é que os recursos são poucos, sendo que a situação se agrava durante o período da noite, quando há poucos homens para fazer patrulha. “No comando de Santarém, só a esquadra de Santarém é que tem sentinela. Todas as outras esquadras – Cartaxo, Tomar, Abrantes – não têm. E Leiria também não”, explica ainda o presidente da delegação.