O preço do pão, a partir do próximoa ano, poderá subir em função do aumento do salário mínimo e do valor da matéria-prima, esclareceu à agência Lusa o presidente da Associação dos Industriais da Panificação, Pastelaria e Similares do Norte, António Fontes.
"As empresas estão a absorver os seus custos [de produção e estão também] a tornar-se muito mais eficientes. Não sei qual será o papel dos empresários, mas acredito que possam ter que repercutir isso no preço dos produtos comercializados", disse António Fontes à Lusa.
Para o responsável deste setor, em causa está uma subida de 10% no preço da farinha ao longo dos últimos três meses, assim como o aumento do salário mínimo para 600 euros já a partir do dia 1 de janeiro, mas ainda assim, António Fontes afirmou que é complicado fazer uma estimativa exata em termos de valor, uma vez que o preço está dependente de vários fatores.
Além disso, o responsável referiu que o próximo ano vai ser "mais um ano de grandes dificuldades para o setor": "Aquilo que temos vindo a perceber é que realmente as empresas estão, cada vez mais, a produzir menos com menos recursos humanos, [intensificando] o volume de trabalho", sublinhou.
O presidente da associação garantiu à Lusa que um dos principais problemas desta área vai continuar a ser “o crescimento constante e permanente” daquele que são considerados os grandes grupos económicos do país.
"Até há pouco tempo a padaria estava ausente destes espaços, agora parece-me que é um espaço predominante para a grande distribuição, portanto, a preocupação mantém-se", disse ainda.
"Se cada vez mais convivemos num país em que o turismo é fundamental, não podemos dar aos turistas pão produzido noutros países. Temos que lutar com todo o nosso esforço e empenho para que produtos tradicionais portugueses, nomeadamente o pão, que tem um papel fundamental na gastronomia, seja um produto reconhecido", concluiu o responsável, admitindo que manter a qualidade do produto é meio caminho andado para fazer face a estes problemas.