Até este domingo, pode juntar a vontade de contribuir para uma boa causa ao espírito natalício e dar-lhe ainda um toque de sensibilidade para compreender e apoiar as necessidades dos bombeiros nacionais. Basta decorar estas duas palavras: Pinheiro Bombeiro.
Este ano, foi feita uma nova edição -a segunda – desta iniciativa, que permite ter em casa o cheiro dos pinheiros verdadeiros, de forma muito amiga do ambiente, solidária, e a troco de um preço acessível à maioria das carteiras.
Se a esta hora o leitor se está a perguntar como surgiu esta ideia de levar estes pinheiros a casa das pessoas, no Natal, respondemos que tudo começou depois do incêndios que devastaram o Pinhal de Leiria. Os fundadores da Rnters, uma startup que permite alugar todo o tipo de artigos, decidiram arregaçar as mangas e pensaram que uso poderia ser dado aos pinheiros que têm de ser cortados para que os terrenos se mantenham limpos de forma a prevenir os incêndios, que todos os anos assolam o país de norte a sul.
«Temos a nossa startup e surgiu a ideia de alugar um pinheiro na altura de Natal. Depois veio a parte solidária. Temos família na região de Leiria e, como ardeu, decidimos aplicar em materiais para os bombeiros do distrito. Deu para equipar os 25 quartéis do distrito. A cerimónia de entrega do material foi incrível».
Guilherme e Francisco, dois fundadores da empresa, admitem que este é o sistema que vão assumir todos os anos: «Nós nunca damos dinheiro. Damos materiais e damos em mão. Fazemos o levantamento do que é preciso e doamos o material. É mais transparente».
Como garantem os fundadores, optar pelo Pinheiro Bombeiro é uma forma de ajudar de todas as maneiras. Uma parte vai para os bombeiros e a verdade é que é uma forma criativa de dar nova vida a estas árvores que teriam, de qualquer forma, de ser cortadas.
Assim, é possível passar o Natal com um pinheiro verdadeiro dentro de casa, sem que tenha de ser cortado indevidamente, e é possível juntar a tudo isto uma boa pitada de solidariedade. Cada pinheiro para alugar tem 1,80 metros de altura e um de largura. De acordo com a empresa, é possível requisitar um por 17,5 euros ou 25 euros. A escolha depende apenas do valor com que pretende ajudar os bombeiros. As árvores são iguais e têm o mesmo tamanho, o que muda é o valor que é dado a estes profissionais. Na primeira opção, são doados cinco euros, na segunda, 12,50.
Para ajudar basta um click
Tem até este domingo para ir ao site da empresa e alugar um dos pinheiros disponíveis. A Rntrs entrega nas zonas de Lisboa, Porto e Coimbra, mas existe ainda a possibilidade de, pontualmente, serem feitas entregas em Braga, Leiria e Faro. Para ter acesso a este serviço paga dez euros. Depois do Natal, e para que a árvore seja recolhida, paga cinco. Também os pode levantar no Hub Criativo do Beato ou tratar de tudo em postos de combustível da Prio. No final, todos estes pinheiros são devolvidos e transformados em biomassa: «Ao devolveres o teu Pinheiro Bombeiro, transformamo-lo em biomassa, oferecendo-lhe uma vida circular e angariando mais fundos para os Bombeiros».
Apesar de o prazo para alugar um pinheiro destes este ano estar perto de terminar, a empresa admite que podem existir exceções. «Se víssemos que se justificava até alargávamos o prazo. Para nós não há limitação. Os pinheiros são de desbaste, já teriam de ser cortados, nós só estamos a aproveitá-los. Eles cortaram muito mais do que aqueles que vamos usar. Por isso, não há limitação. Há emigrantes que chegam a 21 e 22 e não quer dizer que não possam ter um pinheiro. Estamos a ver se, nessa altura, ainda conseguimos ter a porta aberta ou uma entrega em casa. Até abrimos essa possibilidade. Não nos custa».
A verdade é que a iniciativa tem conquistado cada vez mais adeptos. No ano passado, a Rnters conseguiu alugar 1429 pinheiros com parte dos lucros, neste caso 17 mil euros, a servirem de ajuda aos bombeiros. Este ano, os fundadores, apesar de ainda não terem os números fechados, garantem que já passaram os resultados de 2017 e o Pinheiro Bombeiro até a Belém já chegou. «Tivemos uma encomenda do Palácio de Belém e fomos lá levar. Já tínhamos pensado nisto no ano passado. Queríamos pôr um em Belém. Este ano aconteceu e foi completamente orgânico. Foi ainda melhor».