Depois de a ministra da Saúde, Marta Temido, se referir, no dia 25, à incapacidade de contratar um anestesista para preencher a vaga tanto na véspera como no dia de Natal por ser pedido um valor “de 500 euros à hora”, a confusão instalou-se.
Agora, o Polígrafo avança que tudo não passou de um mal entendido, já que em nenhum momento os anestesistas pediram esse valor, nem o Ministério da Saúde podia pagar.
De acordo com um e-mail de uma das empresas que operam no mercado da contratação temporária de profissionais de medicina, citado pelo mesmo site, para os dias em causa o valor sugerido é de 37,75 euros/hora.
Segundo fonte oficial do Ministério da Saúde, a legislação em vigor não permite a contratação de anestesistas por 500 euros/hora, sendo que a tabela em vigor estabelece um valor entre os 26 e os 39 euros/hora.
Desta forma, as declarações da ministra da Saúde referiam-se a um caso circunstancial, depois de um profissional ter comunicado com uma das empresas com quem o Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC), do qual faz parte a MAC, negoceia, e ter dito que nem por 500 euros iria trabalhar nessas noites.
A administração do CHLC terá negociado durante vários dias com os prestadores existentes no mercado. O valor de referência em termos remuneratórios foi o montante máximo legalmente previsto: 39 euros. Contudo, ninguém se terá mostrado interessado.
Para os profissionais de saúde, os argumentos utilizados foram dois: havia muitos profissionais de férias e, por isso, sem interesse em trabalhar naqueles dias em concreto e havia no mercado quem pagasse, no caso dos hospitais privados, valores de cerca de 90 euros por hora.
Desta forma, não se resolveu a situação e a MAC funcionou com apenas um anestesista de serviço na véspera e dia de Natal.
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