A 21 de dezembro de 1898, Marie e Pierre Curie descobriam o elemento químico rádio a partir de uma amostra de urânio. Na altura o elemento era usado em produtos do dia-a-dia, mas os níveis elevados de radioatividade fizeram com que passasse a ficar limitado ao uso medicinal. Este ano celebra-se o 120.º aniversário da descoberta que valeu a Marie Curie o prémio Nobel da Química.
Na altura, o rádio era usado em pastas de dentes, cosméticos e até mesmo na composição de chocolate. Muitas vezes vendia-se como água com rádio sob a promessa de dar força e saúde. O próprio Pierre Curie chegou mesmo a fazer experiências em si próprio que se revelaram bastante nocivas. A ligação do rádio ao tratamento de doenças e os efeitos nocivos do elemento químico no organismo manifestavam-se em simultâneo. No entanto, foi só na década de 50 que este metal ficou limitado ao uso medicinal.
O brilho azul que o rádio tem quando está no escuro – e que é uma das principais caracteristicas do metal – foi muito tempo usado na composição de tintas brilhantes que pintavam os ponteiros e mostradores de relógios no século XX, mas as mulheres que trabalhavam com esse material acabavam por contrair anemia e cancro devido à exposição à radioatividade. A própria Marie Curie acabou por morrer aos 66 anos, com leucemia.
Apesar de ter sido descoberto em 1898, só em setembro de 1910 é que Marie Curie e André-Louis Debierne anunciaram que o elemento rádio tinha sido isolado como metal puro.