Descarrilamento do elétrico 25. Condutor vai ser alvo de processo disciplinar

Recorde-se que o descarrilamento do elétrico da carreira 25 causou dezenas de feridos

O condutor do elétrico da carreira 25 que no dia 14 de dezembro descarrilou, em Lisboa, vai ser alvo de um processo disciplinar. Em causa está a conclusão da Comissão de Inquérito de que um “erro humano” originou o acidente.

“O acidente não pode ser justificado por anomalias no veículo, tendo-se provado que os respetivos sistemas de frenagem estavam em perfeitas condições de funcionamento. O acidente ocorreu por erro humano, não tendo o guarda-freio respeitado sinalização específica existente na Rua S. Domingos à Lapa, e não tendo posteriormente acionado de forma correta os sistemas de frenagem disponíveis no elétrico”, refere o relatório da Comissão de Inquérito.

Segundo a notícia avançada pela agência Lusa, que cita fonte da Carris, o guarda-freio vai ser alvo de um processo disciplinar, sendo que não está ao serviço desde o dia do acidente.

"O acidente é imputável ao desempenho do guarda-freio, que não atuou devidamente o travão reostático, logo após o reinício da marcha na paragem existente na parte mais inclinada da rua de S. Domingos à Lapa. Por ter deixado o carro seguir sem atuação de qualquer freio durante algumas dezenas de metros, e, finalmente, por não ter efetuado a imobilização obrigatória, imposta pela sinalização específica", acrescenta o mesmo documento.

Na audição da Comissão de Inquérito, o condutor disse que já tem bastante experiência na carreira 25E e garante que fez tudo o que estava o seu alcance para evitar o acidente. Contudo, não conseguia explicar porque o carro não travou.

Segundo a Carris, à data do acidente o guarda-freio tinha 23 dias de condução, tendo iniciado atividade no início de novembro, e já havia tido um acidente com responsabilidade a 06 de dezembro.

A Comissão de Inquérito recomenda "o reforço da quantidade de inspetores, entre um a dois elementos, para reduzir o rácio de guarda-freios por inspetor, de forma a potenciar e a reforçar" a formação contínua de guarda-freio e ainda a inspeção com maior frequência em locais classificados como "perigosos”.

Recorde-se que o descarrilamento do elétrico da carreira 25 causou dezenas de feridos.