O ministro do Comércio Internacional britânico considera que a hipótese do Reino Unido sair da União Europeia é de 50% se o parlamento britânico rejeitar o acordo assinado por Theresa May com Bruxelas. “Se não votarmos por isso, não sei se lhe daria mais de 50/50”, referiu Liam Fox em entrevista ao “Sunday Times”.
“Para mim o pior resultado de todo este processo seria não haver um Brexit”, garante o político que foi um dos que fez campanha pela saída. Porque é algo que, refere Fox, “induzirá um sentimento” de que traíram “aquilo que as pessoas votaram no referendo” e contribuirá para “quebrar o vínculo de confiança entre o eleitorado e o parlamento”.
Os deputados britânicos vão votar o texto na semana de 14 de janeiro, depois de May ter adiado a votação agendada para 11 de dezembro por ter a certeza que a mesma lhe seria desfavorável por larga margem – e foi tentar negociar com Bruxelas novas garantias de segurança que acalmem os deputados conservadores mais rebeldes. O acordo (para regulamentar a saída britânica a 29 de março) será discutido a partir de 7 de janeiro, quando os deputados retomarem os trabalhos depois das festas, e será votado na semana a seguir.
Jeremy Corbyn pediu na semana passada a Theresa May para encurtar as férias dos deputados de modo a antecipar toda a discussão do acordo, mas a primeira-ministra não fez caso do pedido.
Na entrevista, Fox avisou os deputados que chumbar o acordo será “incendiário” e que devia ser “uma questão de honra” defender a posição da primeira-ministra. Até porque, como refere o ministro do Comércio Internacional, e May já o disse várias vezes, é preferível um mau acordo a não haver acordo nenhum.