Num artigo de opinião ontem publicado no "Washington Post", Mitt Romney, antigo candidato republicano à Casa Branca e recém-eleito senador, acusou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de falta de caráter e de "dividir" o país com as suas políticas.
"Em balanço, a sua conduta nos últimos dois anos, particularmente as suas ações neste mês, são provas de que o presidente não está ao nível das responsabilidades da presidência", criticou Romney. "Um presidente deve-nos unir e inspirar-nos a seguir os nossos 'melhores anjos'. Um presidente deve mostrar as qualidades essenciais de honestidade e integridade e elevar o discurso nacional com cortesia e respeito mútuo".
Para o republicano, "as palavras e ações de Trump causaram estupefação em todo o mundo", tendo, depois, citado uma sondagem da Pew para mostrar que a aprovação do chefe de Estado caiu na Alemanha, Reino Unido, França, Canadá e Suécia dos 84% em 2016 para os 16% em 2017.
E a recente saída de Jim Mattis, antigo secretário de Estado, foi também um dos temas abordados na coluna de opinião: "A nomeação de pessoas com pouca experiência para cargos séniores, o abandono dos aliados que lutam ao nosso lado e a alegação do presidente de que os EUA têm sido uns 'palermas' nos assuntos mundiais definiram a sua presidência".
"Com a nação tão dividida, ressentida e enfurecida, é indispensável liderança presidencial com caráter. E é neste campo que o défice do incumbente é mais evidente", criticou o antigo candidato presidencial.
Romney tomará posse como senador na quinta-feira e, ainda que tenha criticado Trump no passado, é a carta mais avassaladora de um proeminente republicano contra Trump. Todavia, Romney contou com o apoio de Trump na corrida ao senado pelo Utah nas últimas eleições intercalares, mas, agora, o senador tenta mostrar ser independente ao publicar esta carta.
Sabe-se que Trump já começou a preparar a máquina eleitoral para as presidenciais de 2020, mas desconhece-se se candidatos republicanos surgirão para disputar a candidatura republicana.