O ministro da Justiça brasileiro, Sérgio Moro, ordenou o destacamento de 300 elementos, apoiados por 30 viaturas, da Força Nacional de Segurança Pública para a cidade de Fortaleza, no Ceará, com o objetivo de travar a onda de violência que tem assolado a capital estadual nos últimos dias. Bancos foram assaltados, autocarros destruídos e lojas vandalizadas. Foram registados mais de 70 ataques desde o dia 2 de janeiro. Já foram detidas 110 pessoas em flagrante delito.
A decisão de Moro está a ser encarada como a primeira de muitas para mostrar mão dura contra o crime organizado por parte do governo do presidente Jair Bolsonaro. A decisão de Moro foi tomada depois de, inicialmente, ter recusado destacar militares para o Estado a pedido do governador estadual, Camilo Santana.
As motivações dos ataques estarão relacionadas com o “endurecimento” das condições de segurança nas prisões do Estado, segundo o procurador Emerson Castelo branco. As três maiores organizações criminosas no Ceará – Primeiro Comando da Capital, Comando Vermelho e Guardiões do Estado – ter-se-ão unido para retaliar contra as medidas. Uma delas é o fim da divisão dos presos de acordo com as fações a que pertencem.
Os receios do escalar da violência extravasa as zonas urbanas, com as autoridades a ponderarem intervir nas prisões em caso de “situação extraordinária”. “A Força Nacional poderá agir dentro do sistema penitenciário em situação extraordinária. De princípio, não. Até porque o Estado também recebeu reforço específico para este fim”, explicou o secretário de Segurança do Ceará, André Costa. Ontem, mais cem agentes de militares chegaram ao Estado para se juntarem aos militares no terreno. “A PRF [Polícia Rodoviária Federal] enviou 50 policiais do Núcleo de Operações Especiais dos Estados e um helicóptero, com duas equipes de apoio aéreo e equipamento de busca noturna”.