Mãe de Rui Pedro. “Já chorei tanto que já não tenho mais lágrimas”

Menino desapareceu há mais de 20 anos

A mãe de Rui Pedro, o menino que desapareceu há quase 21 anos, foi uma das primeiras convidadas de Cristina Ferreira no seu novo programa. Filomena Teixeira falou sobre o sofrimento que sentiu nos últimos anos e a forma como aprendeu a lidar com o futuro.

“Eu respiro os meus filhos. (…) houve uma altura em que andava com a fotografia dele junto ao coração (…) Agora já não choro. É uma dor que me ultrapassa demais. Agora acho que já chorei tanto que já não tenho mais lágrimas”, afirmou.

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Emocionada, Cristina Ferreira perguntou a Filomena se acreditava que o seu filho ainda pudesse estar vivo. “Eu sonhava com ele. Ele abraçava-me para trás, já grande, adulto. Abraçava-me por trás e dava-me beijinhos com pescoço. Sonhava tanto com isso porque é que deus não faz a vontade…”, respondeu a mar de Rui Pedro.

O rapaz desapareceu a 4 de março de 1998, quando tinha 11 anos. Tinha 1,50 metros de altura, cabelo e olhos castanhos e pesava 45 quilos. O único suspeito do caso, Afonso Dias, foi condenado pelo tribunal da Relação do Porto em 2013 pelo crime de rapto com uma pena de três anos de prisão efetiva. O camionista e amigo da criança que terá sido a última pessoa a contactar com Rui Pedro.

A sentença foi decidida a 4 de março de 2013, quinze anos depois do desaparecimento de Rui Pedro, com os desembargadores a acreditar que Afonso Dias tinha levado a criança até Alcina Dias, prostituta, cujo depoimento foi alegadamente desvalorizado em primeira instância, em Lousada, por entrar em contradição com aquilo que tinha sido investigado em 1998.  

A condenação aconteceu depois de numa primeira instância Afonso Dias ter sido absolvido por não ter sido provado o crime, o que levou a família de Rui Pedro a recorrer para a Relação. O camionista cumpriu pena no estabelecimento prisional de Guimarães, depois de esgotadas todas as possibilidades legais de recurso. Esteve preso entre 18 de março de 2015 e 29 de março de 2017.