Operação Zeus. Major confirma esquema de corrupção

Julgamento começou hoje

Um dos arguidos do processo Operação Zeus confirmou o esquema de corrupção nas messes da Força Aérea Portuguesa.

Em tribunal, o major Rogério Martinho denunciou que o dinheiro entregue pelos fornecedores de bens alimentares era depois distribuído pelos envolvidos no esquema, que inclui altas patentes da Força Aérea. O arguido assumiu que os militares envolvidos neste esquema recebiam dinheiro e presentes de acordo com as funções que desempenhavam.

"A Força Aérea tinha dentro dela uma estrutura má, podre a gerir as messes. Há gente aqui dentro desta sala com responsabilidades muito grandes, que tiveram a responsabilidade de gerir a DAT. E nunca, pelos menos no tempo em que passei na BA5, mexeram uma palha para mudar a situação", afirmou, acrescentando que o problema já vem de trás. O oficial afirmou que este esquema já estava presente da Força Aérea "há vinte ou trinta anos", sendo que as inspeções das messas "eram combinadas", havendo "falta de controlo e de fiscalização".

O arguido foi o primeiro dos 68 a ser ouvido no julgamento que arrancou hoje. 

Em causa está um esquema de sobrefaturação por parte de várias messes da Força Aérea que terão lesado o Estado em, pelo menos, 2,5 milhões de euros. Os 68 arguidos estão acusados de crimes de corrupção ativa e passaiva e falsificação de dcumentos.